O Ministério Público pretende solicitar a reconsideração da liminar que concedeu aos advogados do PFL o direito de acompanhar as investigações sobre o caixa 2 da campanha de Cassio Taniguchi. Segundo o promotor Valclir Natalino da Silva, a decisão do juiz Espedito Reis do Amaral pode comprometer o andamento das investigações. ‘Nós tememos que outras testemunhas desistam de depor ao saber que não terão seu depoimento mantido totalmente sob sigilo’, explicou. O MP pretende encaminhar o recurso ainda hoje. Caso o pedido seja negado, os promotores podem encaminhar um recurso ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Amaral baseou sua decisão no fato de que ‘não se deve proibir os advogados da parte interessada em acompanhar o caso, para não ferir o direito ao exercício da profissão’ e também porque o sigilo só pode ser decretado pelo Poder Judiciário. Ainda segundo o juiz, o sigilo imposto às investigações, na prática, só valia para os advogados. ‘Os órgãos de imprensa sistematicamente têm publicado matérias com detalhes dos depoimentos’, afirma. Isso demonstrava, de acordo com Amaral, que o acesso aos autos de investigação só era negado aos advogados do PFL e do prefeito Cassio Taniguchi.