Pelo menos três educadores, ligados à APP Sindicato, disseram ter sido agredidos por segurança da Assembleia Legislativa na tarde desta terá-feira. Eles protestavam contra a aprovação do projeto de lei 434/2014, que prorroga por um ano o mandato dos atuais diretores e vice-diretores das 2,1 mil escolas estaduais. A mensagem passou pela primeira discussão em regime de comissão geral, com 33 votos favoráveis e 13 contrários.
A Mesa Executiva da Casa convocou sessões extraordinárias para esta tarde para votar a proposta em segunda e terceira discussões. A pressa do governo em aprovar o projeto se deve ao fato de as eleições nas escolas estaduais estarem previstas para este mês de novembro.
Na segunda votação, nova vitória da base aliada, 34 a 13, e o projeto ainda foi dispensado de redação final, indo direto para a sanção do governador. O projeto paralisa o processo eleitoral nas escolas que iriam eleger novos diretores no próximo dia 26, quando se encerra o mandato dos atuais ocupantes do cargo, nas 2,1 mil escolas do estado. Mais de dez mil professores haviam se inscrito para disputar os cargos.
O governo alegou que a mudança evita a coincidência do processo eleitoral de 2014 que elegeu presidente da República, governadores, deputados federais e deputados estaduais.
O grupo de deputados contrários ao projeto acusou o governo de dar um "golpe" na comunidade escolar. "O processo já havia sido deflagrado. Os candidatos já estavam inscritos. A proposta é inconstitucional", disse o líder da bancada do PT, deputado Tadeu Veneri (PT).
Um dos que fizeram a defesa da proposta, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB) afirmou que o cancelamento das eleições servirá para que os diretores das escolas sejam qualificados para as funções. No projeto encaminhado à Assembleia Legislativa, o governador Beto Richa (PSDB) justifica que o adiamento das eleições permitirá uma revisão do modelo de escolha dos diretores. O governo defende a participação paritária no processo entre professores, pais e estudantes.
(Com informações de Mariana Franco Ramos - Folha de Londrina)
*Confira o vídeo feito pelo repórter da Rede Mercosul Eduardo Simões no momento do tumulto: