Política

Preocupado com Marcelo Castro, Temer recorre a Aécio e Agripino Maia

13 jul 2016 às 08:46

Com 120 deputados, o bloco formado pelos partidos da "antiga oposição" ao governo Dilma Rousseff - PSDB, PSB, PPS e DEM - deve fechar apoio à candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) pela presidência da Câmara. Maior partido da frente, o PSDB, com 55 deputados, decidiu não lançar um nome, mas será o fiel da balança no processo, após o candidato Júlio Delgado (PSB-MG) sinalizar que desistirá de concorrer.

Na noite desta terça-feira, 12, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), se reuniu com o presidente em exercício Michel Temer e com Agripino Maia (RN), presidente do DEM, no restaurante Le Jardim du Golf, onde o ministro da Educação, Mendonça Filho, comemorava o aniversário com líderes e parlamentares.


Segundo interlocutores, Temer está preocupado com a candidatura de Marcelo Castro (PI) pelo PMDB. Aliados dizem que o Planalto deve agir hoje para "desidratar" a candidatura do peemedebista.


Tucanos presentes no aniversário avaliam que a entrada do ex-ministro de Dilma Rousseff na disputa acabou facilitando a construção da unidade no bloco da "antiga oposição". O PSDB resistia à ideia de apoiar um nome identificado com o Centrão, frente partidária construída pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e rejeita a candidatura de Castro, que votou contra o impeachment de Dilma.


Resistência


O nome de Delgado havia sido escolhido na noite de segunda-feira pela bancada do PSB, que soma 34 deputados. A decisão levou o então candidato Heráclito Fortes (PI) a sair da disputa. "Se tiver alguém com mais força para vencer o candidato do Cunha, eu saio", dizia Delgado à tarde.


Os tucanos passaram o dia reunidos e foram interrompidos várias vezes pelo assédio dos candidatos à presidência da Casa. Pelo menos sete dos 14 postulantes ao mandato-tampão foram até a sala de reuniões da liderança do PSDB.

A conversa mais longa aconteceu com Maia, que foi acompanhado do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Ao chegar ao local, ele teve de esperar em outra sala da liderança o fim da visita de Beto Mansur (PRB-SP) para entrar na reunião. Todos prometeram apoiar o PSDB na disputa pela presidência da Casa em fevereiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Continue lendo