Delegado de polícia aposentado, Luiz Cláudio de Oliveira Santos (SD), mais conhecido como Capotão, tomou posse ontem como prefeito de Japira, pequeno município no Norte Pioneiro, no lugar do irmão, Wilson Ronaldo Rony de Oliveira Santos (PSDB), com quem está rompido. A solenidade de posse ocorreu às 18 horas na Câmara Municipal de Japira.
Rony perdeu o mandato porque transitou em julgado – após 10 anos – decisão que o condenou à suspensão dos direitos políticos em razão de improbidade administrativa. Prefeito de Japira por dois mandatos consecutivos, entre 1997 e 2004, o tucano teve as contas de 2002 rejeitadas pelo Tribunal de Contas (TC) do Paraná. Com base na auditoria do TC, o Ministério Público ajuizou ação de improbidade, em 2006, que acabou sendo julgada procedente em todas as instâncias.
O último recurso foi negado na semana passada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "O processo transitou em julgado. Não há mais possibilidade de recursos", declarou o advogado de Rony, Guilherme Gonçalves.
Capotão afirmou ontem à FOLHA que não mantém com relações com o irmão desde 2014, mais ou menos um ano após o início do governo em que eram aliados, já que o delegado era o vice-prefeito da cidade. Ele evitou falar das desavenças com Rony, mas jogou sobre o ex-aliado toda a responsabilidade pela "grave crise financeira" na qual está mergulhado o município. "As dívidas somam mais de R$ 1,5 milhão", contabilizou. "Isso se deve à má gestão. Vamos apurar o que aconteceu."
Nos oito meses que restam para terminar o mandato, Capotão disse que pretende renegociar com credores e colocar as contas em dia. Também pretende trocar todos os oito secretários. "A prefeitura se encontra em total dificuldade. O novo prefeito vai ter sérios problemas para colocar as contas em dias", avaliou o presidente da Câmara, Lauro da Saúde (DEM).