Médico de formação e ex-atuante no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em Londrina, o prefeito Marcelo Belinati (PP) considerou “criminosa” a atuação antivacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), evidenciada principalmente na condução da pandemia de Covid-19, entre os anos de 2020 e 2022.
As falas foram proferidas durante a cerimônia de assinatura do contrato de repasse de R$ 5.8 milhões da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para o programa LI (Londrina Iluminação), na manhã desta segunda-feira (19).
As declarações de Belinati foram feitas após o presidente da Finep, Celso Pansera, apontar a liberação de valores - que antes estavam contingenciados - para o financiamento de estudos e projetos na área da ciência e da tecnologia.
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"Nesse ano, o Brasil tem R$ 10 bilhões para apoiar projetos. Em 2024, a previsão é de R$ 14 bilhões. No ano passado, o até então presidente [Bolsonaro] assinou uma medida provisória que retinha parte dos recursos. Então, conversamos com o atual presidente [Luís Inácio Lula da Silva, PT]. Ele deixou a medida provisória caducar e enviou um projeto de lei ao Congresso para liberar os valores que estavam contingenciados", declarou.
Em seu discurso, Belinati enfatizou, ainda, a influência do governo anterior quanto às baixas taxas de vacinação. Segundo o prefeito, muitos pais têm deixado de vacinar seus filhos contra a poliomielite no município. "Acabou a ciência [durante o governo de Bolsonaro]. A ciência era, para o governo anterior, uma ‘coisa do capeta’. Foi criminoso o que fizeram com a população", declarou.
As falas do prefeito fazem referência às declarações dadas pelo então presidente Jair Bolsonaro, que se posicionava contra a vacinação em meio à pandemia de Covid-19. Além de declarar que não se vacinaria, o ex-presidente está envolvido em suspeitas de tentativa de superfaturamento para a compra de imunizantes.
A cobertura vacinal do Brasil, que era referência mundial, caiu vertiginosamente durante o governo Bolsonaro.
Em setembro de 2022, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde, a cobertura vacinal contra a poliomielite em Londrina foi de 50.6%. A meta do Ministério da Saúde, no ano passado, era imunizar 95% das crianças de um a quatro anos contra a paralisia infantil.
"Esse movimento [de criação de notícias falsas] não era só do Brasil, era mundial. E era baseado em criar polêmicas, mentiras, falsas verdades que confundiam, em distorcer informações com objetivo político", disse Belinati.