Mesmo com pouco poder de barganha, devido às normas regimentais, que só permitem a apresentação de destaques para retirar pontos do texto aprovado em primeiro turno, o PFL vai usar os três destaques a que tem direito para obstruir a votação em plenário do segundo turno da reforma tributária, prevista para quarta-feira.
A informação é do vice-líder do partido, deputado Onix Lorenzoni (PFL-RS). Segundo ele, um dos destaques a ser apresentado trata da ampliação de quatro para 11 anos do período de transição da cobrança de origem para o destino do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), para garantir os incentivos fiscais dados pelos estados às empresas.
De acordo com o parlamentar, a manutenção é interessante para estados como o Rio Grande do Sul, que disputa com a China e com o México a duplicação de uma fábrica da General Motors. O deputado disse que Goiás pode perder até 80% dos investimentos por conta da regra de transição do governo, "o PFL está decidido a lutar pela manutenção dos benefícios já concedidos pelos estados e deseja que aquilo que ainda será concedido até 31 de setembro tenha um prazo maior", revelou.
O governo está otimista e não acredita no poder de manobra do PFL. De acordo com o vice-líder do governo, deputado professor Luizinho (PT-SP), o partido de oposição está isolado. "O partido só poderá apresentar três destaques de bancada e os destaques simples serão votados todos em bloco". Para o parlamentar, a reforma aprovada na Câmara racionaliza o ICMS.