O presidente do PFL, senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), convocou entrevista coletiva, hoje, para dizer que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, continua como candidata do partido à Presidência da República.
Bornhausen disse que insiste, assim como a governadora e o PFL, nas investigações sobre o vazamento de informações à imprensa sobre a operação da Polícia Federal e o material encontrado na empresa Lunus, de propriedade de Roseana Sarney e de seu marido, Jorge Murad.
Bornhausen disse que a governadora lhe garantiu não ter envolvimento com o dinheiro para sua campanha eleitoral encontrado no escritório da empresa Lunus, e que a nota explicativa de Murad, divulgada ontem, é satisfatória e "ele mesmo (Murad) disse que vai responder sobre a origem do dinheiro em foro competente".
O deputado Roberto Brandt (MG), presente à entrevista, disse que afirmou ontem que as declarações do marido da governadora "não satisfaziam, mas antes de conhecer o teor da nota de Jorge Murad". E que, hoje, ele reconhece que a governadora não teve qualquer envolvimento no episódio.
Bornhausen disse que está "convicto de que houve uma manobra política para desestabilizar a governadora Roseana Sarney e esta manobra política tem de aparecer e vai aparecer, porque ela deixou rastro". Segundo ele, "há fatos que não deverão deixar de ser apurados para se saber se não macularam a eleição".
O presidente do PFL acredita que Roseana Sarney poderá recuperar os pontos perdidos nas últimas pesquisas de intenção de voto e "dia 6, já como ex-governadora, junto com o PFL, vai fazer a programação de sua campanha".
Perguntado se Roseana Sarney poderá convencer a população de que não sabia do dinheiro para sua campanha, recolhido por seu marido e encontrado no escritório de sua empresa, Bornhausen declarou que "a opinião pública vai julgar (se Roseana disse a verdade). Não sou o senhor da verdade".
Bornhausen disse que o partido vai adotar medidas "regimentais e legislativas" para apurar o que considera um fato ilegal, como a busca e apreensão de documentos na Lunus, com a Polícia Federal. Para ele, era preciso, primeiro, a ação de um juiz. Se houvesse resistência, então, a Polícia.
Na Câmara, Bornhausen disse que o PFL vai votar em segundo turno, como votou no primeiro, a favor da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF). No entanto, no Senado, adiantou que a proposta terá de seguir os trâmites e prazos legais.
Bornhausen garantiu que o PFL não desistiu da candidatura de Roseana e não está negociando novas candidaturas. "Atribuo isso à capacidade de raciocínio da imprensa. Eu é que falo pelo partido e nenhuma articulação está sendo feita", concluiu.