De cada dez eleitores brasileiros, sete já ouviram falar do Estatuto do Desarmamento, aprovado no Senado e em tramitação na Câmara. Dos que tomaram conhecimento do projeto, 82% são a favor das propostas, 14% são contra e 4% não sabem ou não opinaram.
Os números são da pesquisa de opinião pública realizada pelo Ibope entre os dias 18 e 22 deste mês, com 2 mil eleitores, em 147 municípios de todo o país.
A pesquisa mostra que 80% dos entrevistados defendem a proibição da venda de armas de fogo para civis e votariam a favor dessa medida, caso fosse realizado um referendo hoje, e não em 2005, como previa o projeto aprovado no Senado. Do total de entrevistados, 16% são a favor de que se libere a comercialização de armas.
O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, apresentou o resultado da pesquisa ao relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT/SP).
Segundo Montenegro, o resultado do levantamento surpreendeu os próprios pesquisadores. "Os números são arrasadores; é praticamente uma unanimidade", observou o presidente do Ibope.
Para 65% dos entrevistados, as medidas do estatuto vão diminuir a violência, mas 23% acham que praticamente nada mudará, contra 8% que pensam que a criminalidade vai aumentar.
O relator da proposta na CCJ acredita que a pesquisa facilitará a tramitação do projeto na Câmara, porque mostra que a opinião pública está do lado do estatuto.
Greenhalgh informou que pretende encerrar a votação da proposta na CCJ até 9 de outubro e que, em seu relatório, vai recuperar os pontos essenciais que foram modificados na Comissão de Segurança Pública da Casa.
Entre eles está o que torna inafiançável o crime por porte ilegal de armas e prevê a realização de consulta popular sobre a proibição da venda de armas de fogo.