A permanência do governador Jaime Lerner (PFL) no governo até o final do mandato -31 de dezembro deste ano- agradou sua base de sustentação política na Assembléia Legislativa.
Os deputados aliados preferiam que Lerner continuasse na chefia do Executivo, ao invés de se desincompatibilizar. Para garantir a reeleição em outubro, eles querem o empenho pessoal do governador na campanha proporcional. Recentemente, os deputados foram até o Palácio Iguaçu pedir que Lerner conduza o processo sucessório no Estado. O governador tem preferência pela aliança PFL-PSDB.
''Para a base, a decisão foi ótima, era o que esperávamos'', resumiu o líder governista, Durval Amaral (PFL), que torce por uma coligação na proporcional. O deputado avaliou que a equipe lernerista precisa se empenhar na recuperação das estradas. ''A recuperação do governo passa pela recuperação das rodovias'', declarou. Tony Garcia (PPB), que aposta no apoio do grupo ao seu projeto de se eleger senador, comemorou a decisão de Lerner. ''Ele tem uma responsabilidade com o Paraná'', disse o pepebista.
A oposição, por sua vez, partiu para o ataque. ''O que esse governo fez? Esburacaram estradas, tentaram vender a Copel'', reclamou o líder do bloco de oposição, Waldyr Pugliesi (PMDB).
''O governador ficou para arrumar a casa para entregar as coisas em ordem'', completou o deputado Luiz Carlos Zuk (PDT). Outro pedetista, Augustinho Zucchi, fez comentário semelhante. ''Quero que ele nos entregue um Paraná melhor''.
O presidente da Casa, Hermas Brandão (PSDB) -que era o terceiro na linha sucessória-, preferiu não comentar muito o assunto. ''É uma decisão muito pessoal do governador. Ele foi eleito para mandato de quatro anos''.