O presidente Jair Bolsonaro fez uma brincadeira com a possibilidade de o ministro da Justiça, Sergio Moro, ser seu sucessor em 2027.
Caso seja reeleito na próxima eleição presidencial, em 2022, o mandato de Bolsonaro se encerrará no fim de 2026.
O presidente participava de um encontro na tarde desta quinta-feira (16) no Palácio do Planalto com crianças venezuelanas recebidas pela Operação Acolhida, ação das Forças Armadas que atende e interioriza refugiados que deixaram a Venezuela.
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A cena foi transmitida nas redes sociais de Bolsonaro.
De pé atrás do presidente estavam Moro e o general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
Em determinado momento, Bolsonaro passou a conversar com o presidente-executivo da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, que teve audiência com o presidente conforme consta na agenda oficial.
Rodgerson afirmou que a companhia aérea receberia neste ano 27 novas aeronaves.
"E a partir de 2027 quem assume aqui no Brasil? Quem assume a Presidência do Brasil a partir de 27?", respondeu Bolsonaro, apontando com uma das mãos para o local na sala onde estavam Moro e Heleno.
"Está logo atrás de você", responde uma pessoa que não é identificada no vídeo.
Bolsonaro, que estava de costas para os dois ministros, se vira e diz: "Heleno? Perdeu, Moro", em meio a risos dos presentes.
A brincadeira ocorre menos de um mês depois de o presidente elogiar o ex-juiz. Em sua live semanal nas redes sociais no dia 26 de dezembro, Bolsonaro afirmou o país estaria em boas mãos se Moro fosse eleito em 2022.
"O Moro tem um potencial enorme. Ele é adorado no Brasil. Pessoal fala que ele deve encarar como presidente. Se o Moro vier, que seja feliz, não tem problema, vai estar em boas mãos o Brasil. E eu não sei se eu vou vir candidato em 2022."
Em outras ocasiões, no entanto, Bolsonaro deu a entender que será candidato a reeleição.
"Pegamos um país quebrado moral, ética e economicamente, mas se Deus quiser nós conseguiremos entregá-lo muito melhor para quem nos suceder em 2026", afirmou Bolsonaro em julho, durante uma festa julina no Clube Naval, em Brasília.
Em entrevista à Folha de S.Paulo no dia 11 de dezembro, Moro se esquivou do questionamento sobre uma possível candidatura a vice-presidente numa chapa à reeleição de Bolsonaro em 2022.
"Não tenho esse tipo de ambição. Eu brinco que já tenho problemas suficientes para lidar. Como ministro do presidente seria absolutamente inconsistente eu não apoiar a reeleição dele em 2022", afirmou na ocasião.
"Não tenho nenhuma pretensão de seguir a política partidária. A perspectiva de ingressar no governo foi para consolidar o que vinha fazendo como juiz, principalmente no campo de enfrentamento à corrupção."