Política

Parlamentares aprovam relatório final da CPI dos Bingos

21 jun 2006 às 09:26

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos foi aprovado por 12 votos a 2 sem as alterações que dividiam a base governista e a oposição.

Os parlamentares governistas fizeram as contas e, após constatada a derrota, liberaram a votação de acordo com a vontade dos senadores. O texto do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) sugere ao Ministério Público Federal o indiciamento de 79 pessoas em quatro empresas.


Entre elas, o ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente do Sebrae, Paulo Okamoto. Garibaldi recusou-se a incluir em seu relatório o pedido de indiciamento do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e de Gilberto Carvalho, Chefe de Gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mesmo pressionado pelo PDT e o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).


O relator disse que não havia informações suficientes para que se sugerisse os indiciamentos. Quanto a Gilberto Carvalho ele foi mais enfático: "Eu contrariei toda assessoria porque queriam me induzir a tipificar o crime de Gilberto Carvalho. Eu recebo apelos, mas não recebo pressão".


Garibaldi decidiu retirar de seu relatório as propostas de regulamentação das casas de bingos e encaminhá-las, como projeto de lei, à Secretaria Geral da Mesa do Senado. Com isso, todos os projetos sobre o assunto que estão na Casa tramitarão em conjunto com o do relator, favoráveis ou não ao funcionamento dos bingos.


Antes da votação, a base do governo fez as contas e constatou que seria impossível derrubar o relatório. Então, os parlamentares governistas liberaram para que cada um votasse de acordo com as suas conveniências. Esta informação do senador Tião Viana (PT-AC) justificou a aprovação do relatório do senador Garibaldi Alves (PMDB) por 12 dos 14 votantes. Apenas Tião Viana e a senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) foram contra o relatório final.


Tião Viana considerou "pífio" o relatório final das investigações realizadas pela CPI dos Bingos. "É um relatório pífio do ponto de vista da sua sustentação constitucional e regimental. Portanto, ele não tem valor", afirmou o petista. Viana acrescentou que o partido não recorrerá ao Supremo Tribunal Federal contra as conclusões do relatório. "Não houve envolvimento partidário, agora cabe a cada indiciado fazer a sua defesa", acrescentou o senador.


O presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), disse que a missão de investigar as denúncias apresentadas a comissão foi cumprida. "Investigamos, juntamos provas e agora vamos encaminhar ao Ministério Público na expectativa que se dê continuidade e aprofunde as investigações feitas pela CPI", disse Efraim Morais.

Agência Brasil


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