Política

Osmar Dias e Requião se enfrentam "olho no olho"

10 out 2006 às 10:12

Tensão, troca de acusações e discussão de propostas marcaram o primeiro debate do segundo turno entre os candidatos Osmar Dias (PDT) e o governador licenciado Roberto Requião (PMDB). Realizado pela TV Bandeirantes, o encontro teve momentos do prometido "olho no olho", onde os dois candidatos se posicionaram em pé, um em frente ao outro.

O debate foi dividido em dois blocos com temas propostos pela organização, um bloco de perguntas diretas entre os adversários e outro com as considerações finais. Houve interrupção de um ao outro e direito de resposta concedido pela produção.


Um dos momentos mais tensos do debate ocorreu quando Osmar Dias questionou por que Requião estava tentando desqualificá-lo se ele o havia visitado seis vezes antes da campanha, propondo que o senador coordenasse o plano de governo da reeleição e havia proposto ainda um acordo pelo qual Osmar seria seu sucessor em 2010. Osmar Dias também disse que Requião o elogiava sempre dizendo que o senador foi o seu melhor secretário da Agricultura.


Entre as propostas debatidas pelos candidatos estavam questões relativas a Segurança, transportes, emprego, saúde, educação e agricultura.


Segurança


No primeiro bloco, os candidatos responderam como equipar e treinar os policiais militares, além de melhorar seus salários. Requião destacou a implantação do Projeto Povo (Policiamento Volante Ostensivo). Requião lembrou ainda que o efetivo da Polícia Militar é de 23 mil policiais, sendo que quatro mil policiais foram contratados durante sua gestão. Também foram adquiridas nove mil pistolas semi-automáticas 0.40 e mais 13 mil coletes à prova de bala. O Projeto Povo também já está presente em outros 47 municípios do Estado e será levado a todos os demais no próximo mandato. A novidade proposta por Requião para o próximo mandato é a implantação de furgões com seis ou sete policiais que vão auxiliar no reforço do patrulhamento do Projeto Povo.


Osmar afirma que o contingente policial não mudou pois muitos saíram e prega a volta dos módulos, mas não com os policiais fixos dentro dele. Segundo Osmar, a comunidade cuidaria dos módulos e os policiais o teriam apenas como base de apoio. Requião critica os módulos e diz que eles tem vezo político pois vereadores e deputados ficam pressionando por módulos para atender pedidos de eleitores.


Transportes


O segundo tema foi sobre Transportes e Requião começou respondendo que entrou com 44 ações contra o pedágio e que os aumentos que aconteceram não foram dados por ele, mas pela Justiça. Falou do projeto Caminhos da Liberdade, que seriam estradas alternativas às que têm pedágio. Osmar retrucou lembrando da promessa de Requião que o pedágio baixa ou acaba, feito nas eleições anteriores e que isso não aconteceu. Afirmou que a promessa dos Caminhos da Liberdade já havia sido feita no primeiro mês do governo de Requião e que até agora nada foi feito.


O terceiro tema foi Emprego e Osmar Dias, que começou respondendo afirmou que sem credibilidade do governo e sem segurança pública é difícil atrair investimentos ao estado. Propôs também apoiar a agricultura que hoje vive em crise. Também prometeu não cobrar impostos sobre criação de empregos. O empregador mostra quanto está gastando no pagamento de trabalhadores e tem o desconto do ICMS.


Já Requião lembrou que pelo programa que troca imposto por emprego as empresas com faturamento bruto mensal de até R$ 25 mil não pagam mais impostos no Paraná. Já as empresas com faturamento de R$ 25 mil a R$ 66 mil tiveram a alíquota reduzida para 2% de ICMS. A tributação incide sobre a faixa que excede os R$ 25 mil. As empresas com faturamento de R$ 66 mil a R$ 166 mil têm tributação de 3%, também sobre a faixa que ultrapassar as anteriores. As empresas com faturamento acima de R$ 166 mil são taxadas em 4%.


Saúde


O quarto tema foi Saúde e Requião, que começou a responder falou na construção e reforma de 24 hospitais no Estado. Osmar Dias questionou esse número afirmando que apenas dois estariam em construção e o restante seria apenas papel. Osmar Dias fez várias críticas e afirmou que o estado não está investindo os 12% obrigatórios pela Constituição, mas não expôs projetos para a área a não ser cumprir a Constituição.


Agricultura


O segundo bloco do debate continuou com assuntos propostos pela organização e a primeira questão foi sobre Agricultura. Osmar Dias começou respondendo com uma crítica afirmando que o atual governo do estado não tem nenhum programa para a Agricultura no estado e o único que estaria funcionando seria o Pronaf, de apoio à agricultura familiar, mas que é do governo federal.


Entre as propostas apresentadas pelo candidato para acabar com a crise na agricultura é o apoio ao pequeno agricultor. Osmar também prometeu reativar o Paraná Rural, prática conservacionista e com reconversão das propriedades, que serão orientadas a direcionar suas produção para as opções que o mercado oferece. Outro projeto é o Fábricas do Campo, para que o produtor industrialize a produção e tenha mais geração de renda.


Requião afirmou que Osmar estava fazendo propostas sem sentido. Afirmou que fez um acordo com o Banco do Brasil que estaria valendo a partir desta segunda-feira que colocaria R$ 1,5 bilhão à disposição dos agricultores do Paraná para a diversificação de culturas. Lembra dos projetos de irrigação da madrugada com desconto no pagamento de energia elétrica e financiamento de equipamentos para irrigação. Osmar, questionou o programa de irrigação dizendo que viajou o Paraná todo e não conheceu nenhum agricultor que utilizasse esse programa.

>>Leia mais na Folha de Londrina desta quarta-feira


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