Deputados da oposição defenderam o afastamento da vice-governadora, Emilia Belinati (PTB), do cargo. Os parlamentares sustentam que, com a prisão do marido, o ex-prefeito cassado Antonio Belinati (sem partido), Emilia não teria condições de permanecer no Palácio Iguaçu, e deveria sair para não causar ainda mais desgaste ao governo do Estado.
Antonio Belinati, eleito três vezes prefeito de Londrina, teve o mandato cassado em junho do ano passado. Foi preso na última sexta-feira, acusado de desvio de recursos públicos.
"A vice-governadora tem que pedir afastamento até que se prove que ela é isenta nesse escândalo", disse na tribuna o deputado Nereu Moura, líder do PMDB na Assembléia Legislativa. "As páginas de política nos jornais viraram páginas policiais", emendou o peemedebista. De acordo com ele, a vice não reuniria condições morais, neste momento, para exercer o cargo.
José Maria Ferreira (PSDB), único tucano da oposição, adotou o mesmo discurso de Moura. "Ela tem que sair, é uma situação muito complicada". Ferreira lamentou a prisão do ex-prefeito, pelo fato de Belinati ser um homem público. "É constrangedor, pois ele mereceu a fé pública nas três vezes em que foi eleito. Mas justiça foi feita", comentou o tucano.
O líder dos partidos de oposição, Waldyr Pugliesi (PMDB), foi mais ameno. Disse que o assunto deve ser discutido entre toda bancada de oposição (que soma 14 deputados). "Nesse caso, não cabe ação individual", ponderou. "Mas o afastamento daria mais respeitabilidade à posição dela mesma", emendou Pugliesi.
Emilia está em Londrina, mas rebateu as declarações dos deputados através de sua assessoria. Lembrou que foi eleita pelo povo e que assume "todos os atos administrativos decorrentes das decisões que tomou nas 39 vezes em que assumiu interinamente o governo do Estado".
O secretário chefe da Casa Civil, Alceni Guerra, ficou indignado com os oposicionistas. Disse que desde o tempo da monarquia não se afasta ninguém por parentesco.
Na época da cassação do mandato de Antonio Belinati, a oposição entrou na Justiça pedindo afastamento de Emilia. A ação está no Ministério Público. Na época, a liminar foi indeferida pelo Tribunal de Justiça por conter vício de origem. Segundo o despacho do desembargador Octávio Valeixo, a competência de pedir providências em relação ao assunto é do MP e não dos deputados.
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