Política

ONG que atua no Paraná deve ser indiciada por tráfico de crianças

19 fev 2014 às 08:26

As suspeitas do envolvimento da organização não governamental (ONG) Limiar com um esquema de intermediação ilegal de adoções levou a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados que investiga o tráfico de pessoas a pedir o indiciamento de representantes da ONG.

Hoje (18) os representantes da CPI ouviram o relato do brasileiro Marcel Lee Paul, adotado em 1989 por uma família dos Estados Unidos com a irmã, Raquel. Ambos têm deficiência auditiva e, por volta dos 9 anos, perderam-se dos pais na região de Jundiaí, em São Paulo.


Lee Paul relatou que, após breve estada em um abrigo, ele e a irmã foram adotados de maneira suspeita e levados para o exterior, mesmo contra a vontade. Ele também disse que a adoção envolveu o pagamento de dinheiro para uma pessoa no Brasil.


O presidente da CPI, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), disse que com o depoimento há elementos para pedir o indiciamento de representantes da organização. "Nós vamos solicitar o indiciamento, com o rigor que a lei estabelece, para todos os dirigentes da ONG Limiar, que, no nosso entendimento, são os responsáveis por esse processo, essa organização criminosa que trafica crianças, bebês, do Brasil para o exterior", disse.


Com sede nos Estados Unidos e filial na capital paulista, a organização não governamental também atua no Paraná. O Limiar é acusada de intermediar ilegalmente adoções de crianças brasileiras por famílias norte-americanas.

Em depoimentos anteriores à CPI, os representantes da ONG Limiar, Ulisses Gonçalves da Costa e Audelino de Souza, o Lino, negaram irregularidades nas adoções.


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