O senador Flávio Bolsonaro (PL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), falou em rede social na tarde desta segunda (31) em erguer a cabeça e afirmou que "não vamos desistir do Brasil".
Foi a primeira manifestação de um dos filhos do presidente, 20 horas após a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência. Bolsonaro ainda não se manifestou.
"Obrigado a cada um que nos ajudou a resgatar o patriotismo, que orou, rezou, foi para as ruas, deu seu suor pelo país que está dando certo e deu a Bolsonaro a maior votação de sua vida! Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil! Deus no comando!", afirmou Flávio, sem citar Lula.
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O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarou Lula eleito, com 50,9% de votos, contra 49,1% de Bolsonaro. O atual presidente é o primeiro a não conquistar a reeleição.
Aliados de Jair Bolsonaro redigiram um discurso de reconhecimento de derrota para sugerir ao mandatário, que segue em silêncio sobre o resultado das eleições neste domingo (30).
Segundo relatos, o documento não traria contestação ao resultado, mas citaria "injustiças" que o mandatário sofreu em seu governo e na campanha.
A expectativa do entorno do chefe do Executivo é de que ele fale ainda nesta segunda. Para aliados, quanto mais tempo demorar, mais negativo será para Bolsonaro.
O texto sugerido ao presidente tem o objetivo de manifestar respeito ao regime democrático, mas foi elaborado com cuidado para não deixar os militantes bolsonaristas órfãos.
Há o receio de que uma postura totalmente legalista resultaria em perda dos apoiadores mais radicais, que estiveram ao lado do presidente e ajudaram a propagar os questionamentos de Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral, que foram reforçados pelas Forças Armadas.
Eles lembram que, apesar de derrotado, ele teve 58 milhões de votos e elegeu diversos aliados, inclusive o governador de São Paulo, maior estado do país. A ideia é que o chefe do Executivo mantenha acesa essa militância.
Jair Bolsonaro repetiu várias vezes ao longo de seu mandato que apenas reconheceria o resultado de eleições se elas fossem "limpas". O mandatário levantou frequentemente dúvidas sobre as urnas eletrônicas e, sem provas, apontou que o sistema era vulnerável e que houve fraudes nas eleições de 2018.
A mais recente ofensiva ao sistema eleitoral se deu após a acusação de que inserções de rádio e televisão da campanha de Bolsonaro foram boicotadas por emissoras das regiões Norte e Nordeste. A tese não foi encampada pela ala política de seu governo e no fim foi abandonada por um de seus articuladores, o ministro Fábio Faria (Comunicações).