Política

MP aciona prefeito por comprar voto e agredir adversários

22 jan 2013 às 10:48

O Ministério Público do Paraná propôs ação de investigação judicial eleitoral por captação ilícita de votos, contra o prefeito eleito do município de Reserva do Iguaçu, um vereador e outras cinco pessoas acusadas de cometer uma série de irregularidades durante as eleições municipais de 2012.

Emerson Julio Ribeiro (PSDB) foi eleito com 2.621 votos, contra 1.973 de Joãozinho Camargo (PDT).


De acordo com o documento, assinado pela promotora de Justiça Mariana Dias, da comarca de Pinhão, o prefeito eleito prometeu e entregou combustíveis, pagou contas de água e luz de eleitores em troca de votos.


A Promotoria denuncia ainda o uso de violência e grave ameaça contra adversários políticos e seus familiares, "de forma a ostentar para a população local que aqueles que não estivessem ao seu lado poderiam ser vítimas de agressões físicas".


Com autorização judicial, a promotoria fez escutas telefônicas no celular do prefeito eleito, entre 5 e 15 de outubro do ano passado. "Diga pro Dirceu que pelos votos dele o que eu dei de dinheiro pra ele já é suficiente", disse Emerson, em uma das conversas.


Em outro diálogo, ocorrido na véspera das eleições municipais, Emerson diz a um colega que pode "surrar o piá do xará", referindo-se, segundo a ação, ao filho do candidato adversário, que foi vítima de agressões físicas conforme Termo Circunstanciado juntado à ação. "Podem botar pra correr; (...) podem surrar, só não se incriminem; batam no estômago, no testículo...", diz o prefeito eleito na conversa.

A Promotoria requer, na ação, que seja declarada a prática de ato de captação ilícita de votos, com aplicação de multa e cassação do registro ou do diploma do prefeito eleito. Requer, ainda, que seja confirmada a prática de abuso de poder econômico e que seja declarada pela Justiça a nulidade dos votos obtidos por Emerson Julio Ribeiro nas eleições municipais de 2012. 


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