O ex-ministro Sergio Moro prestará depoimento à Polícia Federal neste sábado (2), em Curitiba, para falar sobre as acusações feitas contra o presidente Jair Bolsonaro ao sair do governo.
A oitiva foi marcada após o ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), dar o prazo de cinco dias para a corporação ouvir o ex-ministro.
Moro deve detalhar as declarações dadas ao pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no último dia 24. Em entrevista à revista Veja, ele afirmou que tem provas para incriminar Bolsonaro e disse que as apresentaria à Justiça.
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Moro acusou o chefe do Executivo de tentar interferir na autonomia da PF para ter acesso a relatórios de inteligências e a investigações em curso, o que não é permitido pela legislação.
Para isso, Bolsonaro queria exonerar Maurício Valeixo do comando da instituição, o que gerou o atrito com o então ministro Moro, e nomear alguém que tivesse relação direta.
Ao se despedir do governo, o ex-juiz da Lava Jato disse que o desejo do chefe do Executivo era indicar Alexandre Ramagem para o comando do órgão.
Ramagem foi chefe da segurança de Bolsonaro após ele ter sido eleito presidente, quando se aproximou da família se tornou amigo do vereador Carlos Bolsonaro, investigado pela PF sob suspeita de articular esquema de disseminação em massa de informações falsas.
Bolsonaro nomeou, de fato, Ramagem para o cargo. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, no entanto, suspendeu a indicação por entender que não observava os princípios da impessoalidade e da moralidade pública.
Além dos integrantes da PF, três procuradores da República acompanharão o depoimento.