O ex-juiz Sergio Moro lançou uma carta nesta segunda-feira (7) em que defende a atual lei que restringe as situações em que o aborto é permitido e promete manter a imunidade tributária das igrejas.
A iniciativa do pré-candidato à Presidência da República faz parte da estratégia eleitoral para atrair voto dos evangélicos, segmento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) conta com apoio de populares líderes religiosos.
O lançamento ocorreu em um evento no Ceará com a divulgação da "Carta de Princípios para Cristãos".
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Moro não entrou no mérito das discussões sobre as garantias do público LGBTQIA+, mas defendeu respeito a este grupo da sociedade.
"Valorizaremos a autonomia da instituição familiar, respeitaremos as preferências afetivas e sexuais de cada indivíduo e a preservação dos direitos de cada um dos seus membros", escreveu.
O ex-ministro de Bolsonaro leu a carta e disse que as promessas estão "escritas na pedra" e que traduzem "princípios que não serão desconsiderados em qualquer hipótese, seja em 2022 ou em anos vindouros".
Moro também criticou "ataques e ofensas à imprensa" e disse que esses episódios refletem um comportamento agressivo "em relação a nós próprios". Ele disse que é contra discursos de ódio e que trabalhará contra a polarização que divide a sociedade.
Também se comprometeu em não fazer divulgações de campanha em celebrações religiosas e disse que buscará "apoio individual de lideranças eclesiásticas e de influenciadores do segmento" sem perseguir sustentação política institucional de igrejas.
Em sinalização para o campo conservador da sociedade, em que ele disputa voto com Bolsonaro, reiterou ser contrário a possibilidade de aumentar as hipóteses em que o abordo é permitido.
"Defenderemos a não ampliação da legislação em relação ao aborto e faremos a defesa da preservação da vida humana em todas as suas manifestações, conforme lei brasileira em vigor", disse.
Ele afirmou que irá prestigiar o "papel constitucional colaborativo das organização religiosas" e que pretende manter a imunidade tributária das igrejas.
Além disso, disse que já fez um trabalho de combate ao tráfico quando foi ministro da Justiça e que seguirá firme contra substâncias ilícitas.
Moro também se disse contra a "sexualização das crianças", termo usado por Bolsonaro para acusar, sem provas, líderes de esquerda de promoverem a pedofilia.
"O Estado deve evitar ao máximo invadir a esfera da liberdade privada, assim como deve preservar as crianças e adolescentes da sexualização precoce".