O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, esteve nesta terça em Curitiba para negociar um plano de reforma agrária para o Paraná. Durante encontro com o governador Roberto Requião (PMDB) e com as lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná, ele reconheceu que a situação de conflito no Estado é grave porque concentra o maior número de famílias acampadas do País.
O MST contabiliza a existência de 14 mil famílias de sem-terra, sendo que 8 mil estão na beira de estradas e seis áreas particulares estão invadidas.
O ministro prometeu que em 30 dias o governo federal, em conjunto com o governo estadual, vai apresentar um plano de reforma agrária para o Estado, que visa assentar as famílias de sem-terra que estão à beira das estradas e nos acampamentos.
Nesse período, ele pediu uma trégua ao MST para que não ocorram mais invasões. Rossetto constituiu uma comissão que vai detalhar o plano para aquisição de terras e assentamento das famílias. De acordo com o ministro, ''o Paraná tem terras ociosas e improdutivas''.
Conforme anúncio do governador Requião, foi acatada a proposta apresentada pelo MST de se criar no Estado assentamentos definitivos e provisórios. Enquanto as famílias não são assentadas definitivamente, elas serão enviadas para os assentamentos provisórios onde poderão ir cultivando alimentos para o sustento.
Requião estendeu o pedido de trégua de 30 dias também aos proprietários de terras, para que o plano de reforma agrária possa ser encaminhado de forma pacífica no Estado.
Rosseto afirmou que estão previstos em orçamento da União cerca de R$ 15 milhões para o Paraná investir exclusivamente na aquisição de terras. Ele antecipou que esses recursos são insuficientes para assentar as 14 mil famílias de sem-terra que estão esperando por uma solução para os conflitos.
Adiantou que esses recursos devem ser ampliados. O secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Padre Roque Zimermmann, disse que são necessários no mínimo cerca de R$ 50 milhões, de imediato, para que o Estado possa assentar 1,5 mil famílias.
O ministro se comprometeu a dar 100% de assistência técnica aos assentamentos para que os mesmos se enquadrem no novo modelo de reforma agrária traçado pelo governo federal, que é garantir alta tecnologia nos assentamentos. Segundo esse novo modelo, as famílias de sem-terra vão produzir alimentos não só para o seu sustento mas também para o programa Fome Zero.