Com Macaé Evaristo (PT) como a nova ministra dos Direitos Humanos, o governo Lula (PT) tem agora 10 mulheres e 28 homens comandando pastas na Esplanada dos Ministérios.
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Deputada estadual com histórico na educação, Evaristo substitui Silvio Almeida, demitido após acusações de assédio sexual, inclusive contra Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial.
O terceiro mandato do petista começou com recorde no número de ministras em seu terceiro governo. Era uma forma de fazer jus ao discurso de contemplar a diversidade de cor e raça do país. Dos 37 ministérios anunciados, 11 eram comandados por mulheres (29%).
Antes, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) era a que mais havia tido mulheres no seu primeiro escalão -foram 10 simultaneamente em 37 pastas (27%).
A presença feminina na Esplanada de Lula, porém, foi diminuindo com o esforço do presidente para dar mais espaço ao centrão e ampliar sua base no Congresso Nacional.
Saiba quem são as ministras e as controvérsias quanto à diversidade no governo do petista.
VEJA AS MINISTRAS DO GOVERNO LULA
- Anielle Franco (PT), ministra da Igualdade Racial
- Cida Gonçalves, ministra das Mulheres
- Esther Dweck, ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos
- Luciana Santos (PC do B), ministra da Ciência e Tecnologia
- Macaé Evaristo (PT), ministra dos Direitos Humanos
- Margareth Menezes, ministra da Cultura
- Marina Silva (Rede), ministra do Meio Ambiente
- Nísia Trindade, ministra da Saúde
- Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento
- Sonia Guajajara (PSOL), ministra dos Povos Originários
DEMISSÕES DE MULHERES EM PROL DO CENTRÃO
Daniela Carneiro
A pedido do União Brasil, Lula demitiu Daniela Carneiro, então ministra do Turismo, que acabou distanciando-se da cúpula da sigla. Ela foi substituída por Celso Sabino, também do União Brasil, mas com mais apoio da legenda e mais proximidade do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Ana Moser
Em outra negociação com o centrão, para a inclusão de PP e Republicanos na Esplanada dos Ministérios, Lula demitiu mais uma mulher: Ana Moser, que comandava os Esportes. A ex-atleta era apoiadora de primeira hora do mandatário e se disse decepcionada com a saída.
Quem substituiu Moser foi André Fufuca (PP-MA), então líder da sigla na Câmara e também aliado de Lira, que cobrava mais espaço no Executivo para a aprovação de projetos de interesse do Palácio do Planalto.
Rita Serrano
A então presidente da Caixa Econômica Federal também foi demitida a pedido de Lira. A exoneração ocorreu exatamente no dia em que o governo federal lançou a iniciativa Brasil sem Misoginia, em evento com a presença de ministros e ministras e também de Janja.
A primeira-dama e ministras que estavam no evento foram questionadas sobre a queda no número de mulheres do governo, mas silenciaram.
CULPA DOS PARTIDOS
Lula chegou a culpar legendas aliadas pela falta de mulheres no governo e disse não poder fazer nada sobre o assunto.
"Acontece que, quando você estabelece uma aliança com um partido político, nem sempre esse partido tem uma mulher para indicar. Mas isso não quer dizer que eu não posso, no governo, tirar o homem e colocar mulher. Eu ainda posso trocar muita gente", disse.
"Eu lamento, porque o que eu quero fortalecer no governo é passar a ideia de que a mulher veio para a política para ficar", prosseguiu. "Quando um partido político tem que indicar uma pessoa e não tem mulher, eu não posso fazer nada."