O presidente da Argentina, Javier Milei, compartilhou neste domingo (25) mensagens no X (antigo Twitter) que exaltam o ato na avenida Paulista promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores e que associam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao grupo terrorista Hamas.
Uma das mensagens compartilhadas por Milei dizia "Lula es pro Hamas. Bolsonaro es pro Israel. Fin" [Lula é pró Hamas. Bolsonaro é pró Israel. Fim].
Outra afirmava que o ato de Bolsonaro foi uma mobilização do povo brasileiro "contra el autoritarismo de Lula y contra el acoso y persecución a la oposición" [contra o autoritarismo de Lula e o acossamento e perseguição da oposição].
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Uma mensagem compartilhada por Milei também descrevia o discurso de Bolsonaro como "um discurso histórico" e em defesa da liberdade.
O presidente argentino também compartilhou mensagem que afirmava que no domingo se definia "el rumbo de la politica en Brasil y la resistencia contra la dictadura de Lula da Silva" [o rumo da política no Brasil e a resistência contra a ditadura de Lula da Silva"].
Uma última mensagem descrevia o ato como "massivo protesto anti-Lula" e mostrava vídeo em que Bolsonaro balançava uma bandeira de Israel, remetendo à crise diplomática gerada pela declaração em que Lula comparou a ação de Israel na Faixa de Gaza à de Adolf Hitler contra os judeus.
Em agosto do ano passado, antes de vencer as eleições, Milei chegou a dizer que, caso fosse eleito, não manteria relações com o Brasil ou países liderados por "comunistas" e nem se reuniria com Lula após assumir a Casa Rosada. Por diversas vezes, ele também ameaçou um afastamento com outro parceiro estratégico da Argentina, a China.
Em dezembro, o discurso de Milei mudou e ele chegou a convidar para a sua posse o mandatário brasileiro, que acabou apenas enviando o seu chanceler, Mauro Vieira, quebrando uma tradição de quatro décadas. A última vez que presidente ou vice não foi a Buenos Aires ocorreu em 1983.
No começo de fevereiro, o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, afirmou que conta com o Brasil para ajudar a Argentina a superar a grave crise econômica que o país enfrenta e que a única divergência entre os dois países é no futebol.