A presidenciável pelo PSB, Marina Silva, igualou os ataques que tem recebido do PT e do PSDB, dizendo que os dois partidos estão juntos neste momento, "com a mesma artilharia pesada, utilizando os mesmos meios para destruir a iniciativa da sociedade brasileira", pelo fato de sua candidatura ser "símbolo da mudança".
Após cumprir agenda na capital paulista, a candidata reafirmou ser vítima de injustiças e de mentiras e disse que os advogados da campanha estão tomando as ações cabíveis. "Os nossos advogados estão tomando as providências sobre as calúnias que estão sendo feitas a mim e ao nosso projeto político."
Marina voltou a criticar os adversários Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) por não terem apresentado ainda seus programas de governo e por ficarem apenas criticando o da sua coligação. A candidata questionou os jornalistas se os veículos de comunicação para os quais trabalham têm perguntado a Dilma por que não apresentou ainda um programa.
Apoio
Sobre a acusação de Dilma de que ela é apoiada por banqueiros, Marina rebateu, falando sobre o financiamento da campanha da adversária na última eleição. "Em 2010, quem recebeu a maior quantidade de doações do Banco Itaú foi a presidente Dilma", afirmou, referindo-se aqui ao PT, partido da presidente, e rebatendo, assim, as insinuações com relação à proximidade com Neca Setúbal, educadora, herdeira do Itaú e coordenadora do programa da coligação liderada pelo PSB.
Marina disse que Neca é uma educadora com mais de 30 anos de experiência, livros publicados e trabalho reconhecido com instituições sem fins lucrativos. Marina afirmou ainda que o PT a respeitava como educadora quando contribuiu para o programa de governo do prefeito Fernando Haddad (PT) na disputa eleitoral em 2012. "Quando foi para a Neca ajudar o candidato Haddad, participando de seminários, ajudando a fazer seu programa de governo, eles não a desqualificaram. A Neca, como educadora, ajudou no programa do Haddad. Naquele tempo ela era tratada como educadora, agora está sendo tratada como banqueira."
Marina disse reconhecer as pessoas pelo trabalho que fazem, independentemente de posição social, e disse ser contra a visão de uma esquerda autoritária. "Há uma visão autoritária de um setor da esquerda que, se você estiver a serviço deles, então você está ungido pelo manto da sua proteção. Se você tem uma escolha, então você passa a ser satanizado", afirmou.
Pesquisas
Marina Silva evitou falar sobre pesquisas eleitorais, reafirmando que as considera "retratos do momento". Sobre dados que mostraram empate técnico com Dilma no segundo turno e pesquisas que apontaram que teria perdido intenções de voto em grandes centros, em especial no Rio de Janeiro, Marina disse apenas que os especialistas que a aconselham afirmaram que a oscilação ficou dentro das margens de erro.
A candidata do PSB fez questão ainda de frisar que não é contra a exploração do pré-sal, um dos principais ataques da campanha petista e que pode ter impactado seu eleitorado no Rio.