Você conhece o nome de ao menos dois vereadores atuais na cidade de Londrina? Para 61,2% dos londrinenses, a resposta foi “não”. Esse é o resultado da pesquisa de percepção do Fórum Desenvolve Londrina, divulgada em novembro e que mede os indicadores de desenvolvimento de 2023.
O levantamento em questão foi feito com base em 600 entrevistas, que mostraram desconhecimento sobre o trabalho legislativo.
Quando se olha para as regiões da cidade, o centro possui o maior desconhecimento sobre a Câmara: 69,3%; em seguida aparece a zona oeste, com 66,9%, a zona leste, com 59,1%, a zona norte, com 58%, e a zona sul, com 52,3%. O mesmo movimento acontece quando se observa a renda familiar do londrinense.
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Enquanto 45% dos entrevistados que recebem até dois salários mínimos responderam “sim”, apenas 30,1% de quem tem rendimentos acima de 12 salários mínimos disseram conhecer ao menos dois parlamentares da cidade.
O aspecto da faixa etária também é revelador: os jovens da Geração Z (entre 18 e 21 anos) são os que menos conhecem o trabalho do Legislativo, com 21,6%; já a Geração X (entre 37 e 56 anos) se mostrou a mais engajada, com 51,6%.
AVALIAÇÃO
O cientista político Elve Cenci afirma que existem várias possibilidades para explicar os resultados da pesquisa. Alguns dos aspectos são o afastamento da política local e a própria atuação da CML, que Censi diz que “não conseguiu construir uma pauta ao longo dos últimos três anos”, ficando muitas vezes atrelada ao Executivo.
“Tem que ter maior protagonismo, tem que ter uma pauta própria. Veja, uma cidade de 550 mil habitantes é complexa, com problemas complexos. Precisa ter uma agenda de projetos relevantes e importantes para a cidade”, afirma.
“Outra coisa em Londrina: entendo que a Câmara precisa legislar menos, mas legislar em projetos mais relevantes, para que a própria Casa tenha protagonismo e os problemas reais sejam enfrentados.”
De olho nos dados da pesquisa, Censi aponta que os grupos mais elitizados são menos dependentes de políticas públicas e dos governos. Isso explicaria o motivo de a parcela com menor renda familiar acabar se engajando mais no debate político.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: