A 11 dias do segundo turno da eleição presidencial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), marcando 49% dos votos totais, ante 45% do rival, mostra pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (19).
Os olhos então se voltam para o contingente de indecisos, 1%, e daqueles que hoje afirmam que vão votar em nulo ou branco, 4%. Eles, assim como a taxa de abstenção que não é possível de constatar antes da eleição, poderão definir a fatura.
Nos votos válidos, Lula marca 52%, contra 48% de Bolsonaro.
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O instituto ouviu 2.912 pessoas em 181 municípios de segunda (17) a esta quarta (19), em um levantamento encomendado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo que está registrado sob o código BR-07340/2022 no Tribunal Superior Eleitoral. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos, considerando o índice de confiança de 95%.
Lula e Bolsonaro estão no limite máximo da margem de erro, onde o empate é improvável.
Na pesquisa realizada na semana passada, o petista marcava 49% dos votos totais e o atual presidente, 44%. Brancos e nulos eram 5% e indecisos, 1%.
A pesquisa não é necessariamente uma previsão acurada de resultado, e sim um registro do que o eleitor está pensando no momento em que é abordado. Somas podem ficar acima ou abaixo de 100% devido a arredondamentos.
Desde que Bolsonaro teve um desempenho superior ao que os entrevistados diziam no primeiro turno, seus apoiadores iniciaram uma campanha para criminalizar os institutos de pesquisa por supostos erros, aprovando urgência de um projeto nesse sentido na Câmara –embora os levantamentos não se prestem a errar ou acertar resultados.
A aferição do Datafolha ocorreu após o debate entre os oponentes realizado por Folha de S.Paulo, UOL, Bandeirantes e Cultura no domingo (16).
Nele, a troca de acusações que pauta a campanha do segundo turno se mostrou em todo o esplendor, mas o tom foi relativamente comedido em comparação com o que se vê nas redes sociais e na propaganda de rádio e TV.
Outro episódio marcante desta etapa foi a sequência de falas de Bolsonaro sobre meninas venezuelanas que ele abordou no entorno de Brasília.
O TSE acabou por proibir Lula de usar o episódio na campanha, mas o petista ecoou as redes sociais e disse em entrevista que o presidente "se comporta como um pedófilo".
Em uma outra frente, o TSE quer que o governo explique o papel das Forças Armadas na auditoria que os militares fizeram, ou disseram ter feito, no sistema eletrônico de votação no primeiro turno.
O Ministério da Defesa agora diz que vai divulgar o resultado, que extraoficialmente nada encontrou de irregular, mas a corte quer saber se houve abuso de poder por Bolsonaro no episódio.
O equilíbrio no cenário tem enervado as campanhas, até porque a distância segue semelhante à registrada no resultado final do primeiro turno, quando Lula teve 48,4% e Bolsonaro, 43,2%.
O presidente lançou uma ofensiva adicional para tentar cooptar o eleitorado que ganha até 2 salários mínimos, no qual o petista reina, ofertando um adiantamento de recursos do FGTS ainda não recebidos pelo trabalhador para uso em casa própria.