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Eleições 2022

Lula e Dilma se encontram em meio a discussões sobre papel da ex-presidente na eleição

Tayguara Ribeiro e Fábio Zanini - Folhapress
14 jan 2022 às 08:17

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- Divulgação/Ricardo Stuckert
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva postou nesta quinta-feira (13) foto do seu primeiro encontro do ano com a também ex-presidente pelo PT Dilma Rousseff.


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A reunião ocorre após polêmicas envolvendo o nome da ex-presidente. Ela não foi convidada para o jantar entre Lula e o ex-governado de São Paulo Geraldo Alckmin. Além disso, nos bastidores do partido, se discute qual será o papel de Dilma durante a campanha presidencial deste ano.

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"Primeiro encontro do ano com a minha querida @dilmabr", escreveu Lula nas redes sociais.

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Em dezembro, Dilma não foi chamada para um jantar promovido pelo grupo jurídico Prerrogativas que selou a aproximação entre Lula e Alckmin (ex-PSDB), possíveis aliados numa chapa presidencial. Organizadores do evento negaram veto e atribuíram a ausência dela a um desencontro na hora de enviar o convite.


Ela afirma que não foi convidada para o evento -e seus interlocutores circularam a versão de que Dilma acredita ter virado um problema político para Lula.

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Pessoas próximas à ex-presidente dizem que ela é contra a aliança com Alckmin, embora não se manifeste publicamente nesse sentido em respeito a Lula.


Desde então, o partido vem tentando amenizar a situação. Na terça-feira (4), Dilma recebeu uma nota de solidariedade da Fundação Perseu Abramo, da qual é presidente de honra. "O golpe contra Dilma foi um golpe contra a democracia, contra todas e todos nós", diz o texto da entidade, ligada ao PT.

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Na quinta (6), a ex-presidente foi protagonista de um vídeo curto postado pelo partido, em que ela declama um trecho de "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", do português José Saramago. É chamada de "última presidenta legítima brasileira".


Os afagos à ex-presidente ocorrem dias depois de algumas esnobadas públicas que recebeu.

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Um dos vice-presidentes do partido, Washington Quaquá, disse recentemente que Dilma não tinha mais relevância eleitoral, o que gerou um movimento de contenção de danos por parte da cúpula do partido.


"Dilma tem dado uma contribuição importante para a fundação, sobretudo na produção editorial. Como pessoa, é muito querida por todos, e achamos importante manifestar nossa opinião sobre a importância dela nesse momento histórico", diz Carlos Henrique Árabe, diretor da Fundação Perseu Abramo e um dos autores da nota de solidariedade.

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Para além dos gestos de desagravo pessoal à ex-presidente, o PT discute que destaque dar a ela na campanha presidencial que se aproxima.


O governo Dilma, que registrou uma das maiores recessões da história do Brasil, deverá ser um dos temas mencionados por opositores de Lula na campanha, juntamente com as acusações de corrupção contra o ex-presidente.

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Líderes do partido avaliam que será incontornável defender Dilma e seu governo. Escondê-la não é algo cogitado, até porque poderia ser um tiro no pé, algo que certamente seria explorado por adversários como uma espécie de "confissão de culpa".


Uma das possibilidades é aproveitar a imagem da ex-presidente no exterior, onde o discurso, promovido pelo PT, de que ela sofreu um golpe ganhou ampla aceitação em setores da esquerda.


Dilma é integrante do Grupo de Puebla, organização que reúne líderes e ex-chefes de Estado latino-americanos. A ex-presidente poderia fazer a interlocução com partidos e governos estrangeiros e dar entrevistas para a mídia internacional, por exemplo.


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