O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos principais coordenadores da campanha vitoriosa do PT à presidência da República, disse que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ter maioria tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal para garantir a governabilidade.
Em entrevista à GloboNews, Randolfe afirmou que já iniciou as conversas com alguns senadores e está otimista na construção de uma base parlamentar que vai permitir a Lula realizar os projetos de governo prometidos durante a campanha.
"Ontem inaugurei diálogo com diferentes senadores. Estou muito otimista na formação da base que sustentará o governo do presidente Lula. Tenho a expectativa de que nós poderemos ter 60 ou mais senadores e 300 ou mais deputados na Câmara", declarou o parlamentar.
Randolfe disse que conversará pessoalmente com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele acredita que o núcleo ideológico ligado ao presidente derrotado, Jair Bolsonaro (PL), não teria capacidade para se tornar "majoritário" na oposição ao petista.
"O que é núcleo ideológico que pode vir a fazer oposição ao governo, na prática, não é grupo majoritário, não é maioria que foi formada, é um grupo minoritário", pontuou. "Eu me dedicarei [para que possamos] ter a maioria necessária. Estou otimista que a construção dessa maioria necessária é possível de ser realizada", acrescentou.
Disputas no Congresso
Na entrevista, Randolfe Rodrigues afirmou que não é "prioridade" de Lula se "engajar" nas eleições do Congresso Nacional, porque o presidente eleito estará focado em "resolver os problemas enormes" do Brasil.
"A prioridade do presidente eleito é não se envolver tanto na disputa pelo Senado quanto na disputa pela Câmara. Ele foi claro em relação a isso logo após o resultado [das eleições]. Nós temos problemas enormes para resolver. Se engajar nas duas eleições [Câmara e Senado] não me parece ser nesse ponto uma prioridade", completou.
Conforme a Folha de S.Paulo, integrantes do centrão já sinalizaram a Lula que ele pode contar com uma base parlamentar sólida se não criar obstáculos à tentativa de reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara.
Atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco também deve tentar a recondução. Entretanto, ao contrário de Lira que é aliado de Bolsonaro, Pacheco mantém maior proximidade com o petista.