O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou na tarde desta segunda-feira (23) que "o Brasil não quer inimizade com nenhum país" e, portanto, retomará as relações diplomáticas com a Venezuela.
Em entrevista coletiva junto com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, após reunião na Casa Rosada, em Buenos Aires, o petista reforçou também que irá inaugurar uma embaixada no território venezuelano.
Leia também: Lula propõe isenção no IR para rendas de até R$ 5 mil e mais impostos para ricos.
Leia mais:
Insulto de Janja contra Musk vira munição para bolsonarismo e dor de cabeça para diplomatas no G20
Casa de autor de atentado em Brasília é incendiada em SC; ex-companheira é a suspeita
TCE barra programa de terceirização das escolas de Ratinho Junior
Janja chama autor de atentado em Brasília de 'bestão' e xinga Elon Musk no G20 Social
A declaração foi dada após Lula ser questionado sobre o cancelamento de uma reunião bilateral entre o petista e o presidente Nicolás Maduro, a pedido de Caracas. Os dois líderes visitam a capital da Argentina, na primeira viagem internacional do presidente do Brasil após assumir o cargo.
Lula explicou que pretende ser, durante seu mandato, um "construtor de paz" em relação à Venezuela, reforçando que o problema do país vizinho será solucionado com diálogo e não com bloqueio ou ofensas pessoais.
"A Venezuela vai voltar a ser tratada normalmente, como todos os países querem ser tratados. O que quero ao Brasil, quero à Venezuela: respeito", disse ele, defendendo a presença do país na cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
O petista ainda saiu em defesa de Maduro, lembrando que "muitas pessoas esquecem que [a oposição Venezuela] fez uma coisa abominável com a democracia, que foi reconhecer um cara que não era presidente, não tinha sido eleito, como presidente". A declaração faz referência ao líder opositor Juan Guaidó.
"Esse cidadão ficou vários meses exercendo o papel de presidente, sem ser presidente", ressaltou Lula, lembrando que "nós construímos a ideia de criar um grupo de amigos da Venezuela para promover um diálogo democrático e nós conseguimos", mas "depois a oposição não aceitou esse acordo".
Por fim, ele enfatizou a necessidade de garantir que a autodeterminação dos povos seja respeitada em qualquer território. "Da mesma forma que eu sou contra a ocupação territorial, como a Rússia fez à Ucrânia, sou contra muita ingerência no processo da Venezuela".