O empresário Luiz Abi Antoun, suspeito de comandar o esquema de corrupção descoberto dentro da Receita Estadual em Londrina, se entregou ao Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na quinta-feira (11), e segue detido, de forma isolada, em uma cela especial da unidade um da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 1). O delegado do Gaeco, Alan Flore, pretende coletar o depoimento do empresário, que é primo do governador Beto Richa (PSDB), no início desta semana.
Abi se entregou um dia após a deflagração da segunda fase da Operação Publicano. Ele chegou a ser considerado foragido pelos promotores. O advogado do empresário, Antonio Carlos Coelho Mendes, alegou que o seu cliente estava em São Paulo e, por isso, não pôde se apresentar no dia em que foi procurado pelo Gaeco.
Quarenta e nove pessoas, entre auditores, advogados, contadores e empresários, foram presas pelo Gaeco durante a segunda fase da Operação Publicano. O grupo é suspeito de participar de um esquema de cobrança de propina de empresários, que, em troca do pagamento da vantagem indevida, 'ganhavam' o direito de sonegar impostos e não se preocupar com a fiscalização.
De acordo com as investigações, quase R$ 40 milhões foram angariados pelo esquema só no ano passado. O auditor fiscal Luiz Antônio de Souza, delator da organização criminosa ao Ministério Público, disse, ainda, que a corrupção existe na Receita desde 1985, e que, atualmente, o "verdadeiro gestor político" do órgão de fiscalização é Luiz Abi.