Política

Liminar do TJ tira doleiro Youssef da cadeia

23 dez 2000 às 15:55

Preso há 17 dias no 3º DP de Londrina, o empresário-doleiro Alberto Youssef, acusado de lavagem de dinheiro, é libertado. A liminiar foi concedida sexta-feira à tarde por ordem do juiz convocado Luiz Gonzaga Milani de Moura, da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ). O mesmo juiz, depois de negar inicialmente uma liminar que pedia a libertação do doleiro, acabou reconsiderando a decisão atendendo recurso do advogado João dos Santos Gomes Filho.

Youssef estava preso desde o último dia 5, acusado de "lavar" R$ 120 mil desviados da Prefeitura de Londrina. De acordo com o advogado, o pedido de reapreciação da liminar foi embasado no parecer do Ministério Público Estadual (MPE), solicitado pelo juiz Milani de Moura. Ele disse que o parecer pediu ao desembargador que ouvisse o juiz Arquelau de Araújo Ribas, da 4ª Vara Criminal de Londrina, que concedeu a prisão.


Em seu despacho, Moura rebateu os principais fundamentos do pedido de prisão preventiva feito pelo MP de Londrina - garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal. Ele comentou que por mais que o caso tenha sido fartamente noticiado pela imprensa, não provocou um "clamor público" que justificasse a decretação da prisão "de forma isolada", sem atingir envolvidos no "crime antecedente" (improbidade administrativa).


A ordem para liberar Youssef chegou ao 3º DP às 17h30. Em seguida, as advogadas Desirre Gomes e Márcia Costa, do escritório de Gomes Filho, deixaram o local com Youssef em um Corsa branco. Para evitar o contato com a imprensa, o veículo foi estacionado no interior do distrito, onde entram apenas viaturas. O delegado Valdir Abraão da Silva disse que o pedido feito pelas advogadas foi atendido porque não há impedimento legal para que o doleiro entrasse no carro longe dos repórteres.


O promotor Cláudio Esteves, da Promotoria de Investigações Criminais (PIC) de Londrina, afirmou que vai recorrer da decisão de Moura. "A decisão a gente recebe com respeito. Porém achamos lamentável uma pessoa com implicações em nível nacional e ligações comprovadas com Paolicchi (Luis Antônio Paolicchi, ex-secretário de Maringá), seja colocada na rua."

Leia mais em reportagem de Lino Ramos e Lúcio Horta na edição deste sábado da Folha de Londrina/Folha do Paraná


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