O líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes no episódio envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Conhecendo o presidente Lula, ele jamais falaria algo nesse tom e com esse conteúdo", afirmou. "Lula tem a confiança de 90% da população brasileira, então vou acreditar nele. Prefiro a versão de Lula", enfatizou. Tatto afirmou não haver possibilidade de Lula ir à CPI explicar o episódio. "Por que ele iria se manifestar sobre o que não falou?", questionou.
De acordo com Gilmar Mendes, Lula o teria pressionado para adiar o julgamento do mensalão e, em troca, teria oferecido ao ministro proteção na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, que estaria sob o controle do ex-presidente. O líder petista afirmou que tanto Lula quanto o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negaram que tenha havido a conversa relatada por Mendes.
O líder petista também classificou a oposição de "barata tonta", ao recorrer à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente. O PSDB, o DEM e o PPS pediram à PGR que abra investigação contra Lula por corrupção ativa, tráfico de influência e coação no curso do processo (julgamento do mensalão). "Essa é a prova de que a oposição continua uma barata tonta, perdida, está sem rumo, sem projeto e sem discurso", afirmou Tatto.
O líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ), afirmou que a forma de esclarecer o episódio e afastar qualquer suposição de "troca de favores" é o Supremo agilizar o julgamento do mensalão. Além disso, Chico Alencar defendeu que a CPI apure a possível viagem de Mendes e o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), como teria relatado o ex-presidente Lula, bancada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.