Líder do governo Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná desde 2010 e prestes a iniciar seu sétimo mandato na Casa, o deputado estadual Ademar Traiano (PSDB) caminha a passos largos para assumir a presidência da AL em fevereiro de 2015. "Pelo encaminhamento até o presente momento, é uma eleição assegurada", afirmou, garantindo contar com os votos de "praticamente" todos os partidos. Aos 61 anos, sendo 32 de vida pública, o tucano é natural de Francisco Beltrão, no sudoeste, onde possui uma fábrica têxtil.
Há dois anos, quando Valdir Rossoni (PSDB) foi reconduzido ao cargo, ele já se articulava para angariar os apoios dos colegas no pleito seguinte à Mesa Executiva. A eleição de Ratinho Júnior (PSC) como deputado mais votado do Estado, com mais de 300 mil votos, contudo, dificultou, em um primeiro momento, os planos de Traiano. Além dos dois, o primeiro secretário da AL, Plauto Miró (DEM), e um representante do PMDB – Luiz Cláudio Romanelli, Alexandre Curi ou Artagão Júnior – chegaram a lançar nomes.
O filho do apresentador de televisão Carlos Massa retornaria à AL à frente da maior bancada, uma vez que o PSC aumentou de dois para 12 o número de representantes. Para evitar uma disputa "desgastante" dentro da base aliada, e também como forma de continuar próximo dos municípios, já que pretende disputar o Palácio Iguaçu daqui a quatro anos, contudo, Ratinho aceitou ocupar novamente a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano (Sedu), abrindo caminho para o líder do governo na chefia do Legislativo.
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O PMDB também optou por apoiar o tucano, inviabilizando os planos dos demais concorrentes. "Temos uma chapa composta, que eu montei ao longo deste tempo, e não vejo nenhuma candidatura que ainda posta postular essa possibilidade. Portanto, acredito que resta apenas consolidar no voto", disse um confiante Traiano.
Entre os temas que devem ser "encarados" pelo próximo presidente da AL estão a realização do concurso público, a reforma no regimento interno da Casa e também a polêmica aposentadoria complementar dos parlamentares que possuem mais de 20 anos de Casa. Questionado no Supremo Tribunal Federal (STF), o benefício foi aprovado pela AL em janeiro de 2009, no entanto, até hoje não entrou em vigor, já que depende da assinatura da chefia do Legislativo. Mesmo pressionado pelos colegas, Rossoni preferiu não assinar o documento. Frequentemente, porém, o assunto volta à tona. "Eu vou sentar na cadeira de presidente para depois tomar as decisões. Essa é a minha resposta", desconversou Traiano.