Com retorno previsto para este sábado, dia 14, o governador Jaime Lerner (PFL) desembarca em Curitiba com uma série de pendências para resolver. O governador tem o compromisso de anunciar a reforma administrativa alinhavada por ele mesmo com o objetivo de enxugar a máquina e reduzir despesas.
As mudanças foram prometidas aos deputados aliados como forma de conter a crise em sua base de sustentação na Assembléia Legislativa, que sofreu dez baixas este ano.
O governador precisa ainda se posicionar sobre a utilização de um contêiner para trancar presos, na delegacia de Fazenda Rio Grande (Região Metropolitana de Curitiba). O secretário da Segurança Pública, José Tavares, estuda a possibilidade de copiar a medida, alegando que é uma saída de combater a superlotação. A governadora em exercício, Emília Belinati (PTB), bateu de frente com o secretário e desaprovou a iniciativa. A Ordem dos Advogados do Brasil seção Paraná (OAB-PR) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos condenaram a iniciativa.
Outro tema delicado que aguarda na mesa do governador é a decisão do Legislativo, que impediu a transferência da Agência de Fomento da pasta da Fazenda para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, chefiada por Lubomir Ficinski. O secretário é filiado ao PFL e quer sair candidato ao governo em 2002. O Palácio Iguaçu defendia a transferência da agência, mas os deputados entenderam que o lugar da agência é na Fazenda. Lerner terá que decidir se sanciona o projeto, ou se veta, pelo menos parcialmente, a matéria - que não deverá ser submetida à apreciação da governadora em exercício.
O governador falou sobre o programa Vilas Rurais, no saguão do Banco Mundial, em Washington, Estados Unidos. A exposição de fotos sobre as Vilas Rurais foi, segundo o Palácio Iguaçu, o motivo da viagem, iniciada na semana passada e que incluiu passagem pela Itália (onde Lerner participou de evento com o sociólogo Domenico de Masi, autor do livro "O ócio criativo") .
Desde que Lerner embarcou, no dia 1º, a agenda de Emília tem sido leve. A governadora em exercício não teve que sancionar ou vetar nenhum projeto polêmico. Os despachos tem sido tranqüilos, incluindo alguns decretos de alterações orçamentárias. É a 40ª interinidade de Emília desde o primeiro governo Lerner (1995).