O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR) classificou como "um ato de despedida do procurador geral", a decisão de Rodrigo Janot de oferecer denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra ele, em inquérito relatado pelo ministro Ricardo Lewandowski e que tramita em sigilo. O mandato de Janot termina em 17 de setembro.
"Deixa eu falar uma coisa pra vocês. Eu estou muito tranquilo contra qualquer denúncia e não tenho nenhum temor", respondeu Jucá, ao sair do Palácio do Planalto. Depois de avisar que quem fala sobre essas questões jurídicas é o seu advogado, Jucá reiterou que espera que o Supremo analise as questões, quando poderá se certificar de "não há nenhum motivo para isso (denúncia)".
Jucá era investigado, no caso que originou a denúncia, por suposto favorecimento ao Grupo Gerdau em uma medida provisória, em troca de doações eleitorais. Além dele, são investigados no mesmo caso os deputados Alfredo Kaefer (PSL-PR) e Jorge Côrte Real (PTB-PE).
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Não há detalhe sobre a acusação feita pela PGR, em razão do segredo de justiça. A Operação Zelotes detectou indícios de que o senador alterou o texto da MP 627, de 2013, para beneficiar a siderúrgica. Jucá era o relator do texto, que mudava as regras de tributação dos lucros de empresas no exterior. Os deputados apresentaram emendas que beneficiaram o grupo, segundo os investigadores.