O advogado de defesa do cabo da Polícia Militar Luiz Antonio Jordão, Peter Amaro de Sousa, entregou ao presidente da CPI da Telefonia, deputado Tony Garcia (PPB), uma série de documentos sobre escutas ilegais, incluindo uma fita cassete que conteria conversas envolvendo membros do Tribunal de Justiça.
O advogado afirma que o material poderia provar a ligação de funcionários do Palácio Iguaçu com os grampos. Garcia, no entanto, ainda não sabe se os documentos e a fita que recebeu podem servir de prova. "Temos que ser muito cautelosos para não desacreditar o trabalho da comissão. Tudo o que recebermos será submetido à perícia. Antes de concluírmos qualquer coisa, a veracidade do material precisa ser comprovada", afirmou. Garcia disse que, pelo menos por enquanto, não considera o material que tem em mãos como provas.
Sousa disse que vai passar a atuar mais nos bastidores. Desde que o cabo Jordão denunciou um esquema de escutas clandestinas na sede do governo paranaense, o advogado tem concedido diversas entrevistas à imprensa e prometido apresentar provas do caso. Sousa quer depor na CPI - e os deputados estão dispostos a ouvi-lo.
Os depoimentos mais esperados pela CPI são os de Edgar Fontoura Filho e Jefferson Martins Storrer, funcionários da Telepar e responsáveis pela Defense (empresa de assessoria e consultoria em segurança), que acontecem na próxima terça-feira. Segundo o cabo Jordão, eles fariam serviços de varredura para o Palácio.
Na quarta-feira, a CPI pretende fazer uma visita às dependências do Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, para ver como funciona o sistema de telefonia e a Casa Militar. Garcia quer que um dos funcionários da Telepar e o cabo Jordão acompanhem os integrantes da CPI.
O governo do Estado nega a existência de escutas clandestinas. O governador Jaime Lerner (PFL) criou uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para investigar o caso, em resposta à CPI instalada pela Assembléia. Os deputados criticam a comissão especial e avaliam que a meta do governo é esvaziar a CPI. O governo afirma que o objetivo é dar transparência às apurações.
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