Política

Grampo no Palácio: secretários se defendem

20 abr 2001 às 17:23

O secretário especial de Chefia de Gabinete do Governador, Gerson Guelmann, repudiou as declarações feitas pelo advogado Peter Amaro de Sousa de que foram feitos grampos telefônicos em várias instâncias do Estado e durante a última campanha eleitoral. "Isto só pode ser uma brincadeira", afirmou, em tom de indignação.

Ele negou que tivesse qualquer ligação com policiais da Casa Militar. "Não acho que os policiais da Casa Militar iriam seguir instruções de outras secretarias. Eu nunca tive qualquer envolvimento com este tipo de situação e se alguém afirmar isto, vou interpelar judicialmente. Não tenho qualquer problema de dormir durante a noite", argumentou.


Guelmann disse que não vê qualquer relação dos policiais militares Luiz Antonio Jordão e Afrânio de Sá com o grampo feito no gabinete da ex-secretária de Estado da Administração Maria Elisa Paciornik. De acordo com ele, os militares fizeram grampo na Ocidental Distribuidora de Petróleo de forma independente, num caso típico de espionagem comercial e por este motivo foram afastados dos cargos.


"Não acredito que alguém do governo queira espionar outra pessoa do governo. Somos uma equipe. Pessoas que trabalham num mesmo grupo. Este grampo deve ter sido feito por alguém de fora", considerou.


Quanto à campanha eleitoral, Guelmann sugeriu para que o deputado Angelo Vanhoni tomasse providências para identificar grampos que possam ter sido feitos em comitês eleitorais. "Cabe ao Vanhoni agora tomar providências. Nunca me envolvi nestas coisas. Na campanha do Cassio (Taniguchi) tive um papel de planejamento. Agora eu quero que esta investigação seja feita a fundo". Guelmann acredita que o caso esteja tomando cunho político. "Isso tudo pode ser uma estratégia política", afirmou.


O coronel Luiz Antonio Borges Vieira, secretário-chefe da Casa Militar, não quis dar entrevistas. Mas pediu para que o major Jorge Luiz Mattke, chefe de gabinete da Casa Militar, atendesse a reportagem da Folha.


Mattke disse que a Casa Militar já tomou as providências necessárias para o afastamento dos militares supostamente envolvidos no caso do grampo. Ele ficou indignado com as acusações do advogado e alegou que não existem provas contra Vieira em qualquer instância. "Ele não pode dizer que o coronel é corrupto e arbitrário. Ele não tem provas", disse o major.

Leia mais sobre o assunto na Folha do Paraná/Folha de Londrina deste sábado


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