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Informações serão investigadas

Governo já recebeu 100 mil denúncias sobre envolvidos em ataques golpistas

Uirá Machado - Folhapress
24 jan 2023 às 12:34

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- Marcelo Camargo/Agência Brasil
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O Ministério da Justiça e Segurança Pública já recebeu mais de 100 mil denúncias sobre pessoas que possam ter participado de alguma maneira dos ataques golpistas contra a sede dos Três Poderes, em Brasília.


O material tem sido enviado para o email [email protected], criado pelo ministro Flávio Dino (Justiça) como uma das respostas à intentona do dia 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

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De acordo com Marivaldo Pereira, secretário de Acesso à Justiça e responsável pela análise do conteúdo, as informações estão sendo examinadas e encaminhadas para a Polícia Federal.

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"Vamos analisar de forma inteligente, priorizando financiadores, organizadores, pessoas que de fato estavam presentes no local e destruíram patrimônio histórico, patrimônio público", diz Marivaldo.

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"Estamos usando ferramentas para fazer filtros e selecionar as informações que, neste momento, possam nos ajudar de forma estratégica. O que parecer consistente, a gente encaminha para a PF, que faz a investigação para confirmar ou não a denúncia", afirma o secretário.

Muitas das mensagens recebidas pelo ministério contêm elementos adicionais, como prints de WhatsApp com a convocação para o ato golpista e pix. Outras trazem dicas menos sólidas, como endereços eletrônicos ou apenas nomes.

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Com base nesses conteúdos, a secretaria faz uma primeira triagem para acelerar o processo, mas não descarta nenhuma denúncia. A princípio, os nomes identificados pela pasta têm sido mantidos em sigilo.

"Isso porque tem nomes com pedido de prisão tramitando, tem nomes com processo, então é bom não divulgar para não expor e para não atrapalhar as investigações", diz Marivaldo.

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As denúncias caminham em paralelo ao trabalho que já está sendo feito pela polícia e pelo Judiciário desde o domingo (8).

Na última sexta-feira (20), por exemplo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, concluiu a análise da situação dos presos por envolvimento nos ataques. Dos 1.406 detidos, 942 tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva (sem prazo determinado) e 464 obtiveram liberdade provisória, mediante medidas cautelares.

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Sobre os que tiveram a prisão convertida, o ministro avaliou que "houve flagrante afronta à manutenção do Estado democrático de Direito, em evidente descompasso com a garantia da liberdade de expressão".

Ele considerou haver provas nos autos da participação efetiva dos investigados em uma organização criminosa que atuou para tentar desestabilizar as instituições republicanas.

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"É muito importante que essas pessoas que praticaram esses crimes, que financiaram, que organizaram esses crimes, sejam devidamente punidas, para que a gente não tenha que passar quatro anos tendo que lidar com esse tipo de coisa", diz Marivaldo.

No dia do ataque, as forças de segurança demoraram a agir, o que facilitou a chegada dos vândalos aos prédios públicos e dificultou a prisão em flagrante de muitos deles.

"Não deveria ter sido um problema para a polícia do Distrito Federal. Eu já estive em manifestações aqui no passado. A gente não podia entrar com mastro de bandeira na Esplanada, não podia entrar com latinha de bebida, tinha revista de mochilas", diz o secretário de Acesso à Justiça.

O vandalismo levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a decretar a intervenção federal na área de segurança do Distrito Federal.

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