A senadora Gleisi Hoffmann (PT) voltou a criticar o que ela chamou de "tentativas de golpe" para tirar a presidente Dilma Rousseff do poder. Ela participou na sexta-feira do lançamento da campanha "Mais mulheres na Política", no plenarinho da Assembleia Legislativa (AL), em Curitiba, e, questionada sobre o assunto, ressaltou que não há argumentos sólidos para tal decisão. "Se tentarem criar um fato para levar ao impeachment porque tem baixa popularidade ou está em uma crise política, metade dos dirigentes do País vão cair porque esta é a realidade que nós temos", ressaltou.
A ex-ministra da Casa Civil cutucou a oposição e destacou que as chamadas "pedaladas fiscais", condenadas pelo Tribunal das Contas da União (TCU), também foram praticadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Na circunstância em que se está se colocando é uma tentativa de golpe porque não há um fato objetivo. Qual é o crime que a presidenta cometeu? É diferente de situações que já tivemos", disse.
A petista ainda reforçou que, mesmo após mais de um ano após as eleições de 2014, a oposição insiste em tentar promover um "terceiro turno". "Fazer oposição, criticar, isso tudo é da democracia, agora o que não pode é querer fazer um golpe à Constituição para assegurar um posicionamento na República."
Leia mais:
Câmara dá aval a troca de imóveis para novas sedes do Ippul e Codel
Filho de autor de atentado em Brasília presta depoimento à PF em Londrina
Diretor-geral da PF endossa Moraes e relaciona atentado ao 8 de janeiro
Bolsonaro fala em 'fato isolado' e diz que explosões em Brasília devem levar a reflexão
LAVA JATO
Gleisi também se manifestou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em setembro, decidiu desmembrar da Operação Lava Jato as investigações sobre suposto repasse de dinheiro da Consist Software para pagamento de despesas da senadora e do marido dela, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (PT), entre outros. A Polícia Federal (PF) também suspeita que a empresa teria pagado, entre 2010 e 2015, R$ 50 milhões em propina em troca de um contrato de gerenciamento de crédito consignado em folha de servidores públicos firmado no âmbito do Ministério do Planejamento.
A questão foi analisada pelo STF após o juiz federal Sérgio Moro ter enviado documentos apreendidos no escritório do advogado Guilherme Gonçalves, em Curitiba, durante a 18ª fase da Lava Jato, que apontariam indícios de ligação com a senadora. O advogado já trabalhou nas campanhas eleitorais de Gleisi. Ouvido no inquérito, Gonçalves alegou que usava honorários advocatícios da Consist para pagar despesas de clientes do escritório, como da senadora ou de pessoas a ela ligadas.
Segundo Gleisi, mesmo depois da decisão ter sido proferida pelo ministro Teori Zavascki, ainda se sente perseguida. "Continuo desabafando porque, está muito difícil. Mas desconheço o conteúdo do processo, não sei o que aconteceu. Agora tenho que esperar. Os advogados estão tentando ter acesso a todo o processo e vamos esclarecer tudo isso até porque não tenho nada a ver com o assunto."
Reportagem Local