Política

Gleisi no pós-eleição cobra apoio de partidos da base para reeleição de Lula em 2026

28 out 2024 às 09:39

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), disse esperar que as vitórias dos partidos aliados que o governo federal tem contabilizado como suas sejam convertidas em apoio para o presidente Lula em 2026.

A declaração de Gleisi embute a expectativa de que a vitória de partidos com assento no governo engorde a base governista. Lembrando que o PT só lançou candidatos em 13 capitais em prol de uma política de alianças, Gleisi diz esperar que o resultado eleitoral se reverta na ampliação do apoio a Lula.

"Espero que a vitória dos partidos que compõem a base, que está sendo computada como vitória do governo, possa se traduzir em apoio em 2026, para além do que já havia em 2022", disse Gleisi.

Ao avaliar o resultado eleitoral, Gleisi disse que o partido enfrentou eleições difíceis. A presidente do PT celebrou as vitórias do segundo turno, em especial a eleição do prefeito de Fortaleza.

Mais uma vez, a petista destacou o crescimento do partido em comparação a quatro anos atrás. Ela lembrou ainda que, em nome da governabilidade, o partido optou por apoiar candidaturas de aliados em 88 municípios com mais de 100 mil eleitores.

Gleisi elogiou o empenho do candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, e da candidata do PT em Natal, Natália Bonavides. Ela ressaltou o bom desempenho dos candidatos petistas, ainda que derrotados.

Em um vídeo destinado à militância, disse que, mais uma vez, o partido enfrentou máquinas poderosas. "Enfrentamos a compra de votos pelos nossos adversários, algo que voltou a acontecer no Brasil impunemente", disse ela.

Nesta segunda-feira, o comando do PT se reunirá para avaliação do resultado do partido. Vice-presidente da sigla, o deputado federal Washington Quaquá publicou nas redes um texto cujo título é "o PT precisa parar de errar!".

Além de uma crítica à escolha de Boulos como a crônica de uma morte anunciada, Quaquá reclamou do governo Lula nas eleições. "E o governo federal também não atuou coordenado e apoiando sua base. Age como se não tivesse responsabilidade com as eleições e a luta política real no território", publicou.

Recém-eleito prefeito de Maricá (RJ), Quaquá apontou outros nomes para a disputa, incluindo o de Ana Estela Haddad "que nunca disputou eleição, mas poderia dialogar com uma ala mais conservadora nas periferias e classe média".

Ele citou vitórias do PT, como a de Fortaleza, "com candidatura para além da esquerda, com pautas econômicas e sociais e não comportamentais". "O PT precisa rever suas pautas e suas prioridades urgentemente".

O partido se reunirá em dezembro para discutir o calendário de eleição do novo comando partidário. Com as derrotas em São Paulo, há quem proponha a escolha de um nordestino para a presidência do partido. Mas o favorito de Lula é o prefeito de Araraquara, Edinho Silva. A eleição municipal precipitou essa disputa.

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