O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, considerou nesta segunda-feira (1º) uma ação precipitada e de cunho político a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) ao afirmar ser vítima de violação de direitos humanos nas ações da Operação Lava Jato e ser perseguido pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela operação na primeira instância.
"No que diz respeito ao ex-presidente Lula, o que nós temos? Temos investigações em curso. Agora temos uma denúncia que foi oferecida não em Curitiba, mas no Distrito Federal, de modo que, no mínimo, eu diria que é uma ação precipitada. Mas deve ter uma lógica no campo político, onde o presidente atua com maestria. Portanto não me parece que seja uma questão de ser analisada no plano jurídico. Me parece que é mais uma ação de índole política", disse Gilmar Mendes.
Segundo o ministro, as questões de desacordo com as decisões judiciais devem ser levadas aos tribunais. "Veja, tantas pessoas a esta altura já responderam a este juízo de Curitiba sem nenhum reparo, aqui ou acolá sempre surge uma crítica ou outra, mas para isso existem também os tribunais. O TRF [Tribunal Regional Federal], o STJ [Superior Tribunal de Justiça], o próprio Supremo. Muitas questões já foram e estão sendo avaliadas em sede de habeas corpus", disse Mendes ao ser questionado por jornalistas sobre o tema pouco antes da sessão do STF nesta segunda-feira.