O coordenador-executivo do Fórum Popular Contra a Venda da Copel, Nelton Friedrich, disse ontem que não acredita em manobras na Assembléia Legislativa para impedir a votação do projeto de iniciativa popular. O Fórum pretende encaminhar o projeto para apreciação dos deputados até o dia 11 de junho. São necessárias, no mínimo, 65 mil assinaturas, o que equivale a 1% do eleitorado paranaense. A intenção do governo estadual é privatizar a empresa em outubro ou novembro.
De acordo com os cálculos do coordenador, o número mínimo já foi obtido, mas não há um balanço final. "As assinaturas ainda estão sendo colhidas em todos os cantos do Estado e a cada dia cresce a adesão a nossa causa", diz Friedrich. A mais nova entidade a se posicionar contrária à venda da Copel é a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PR). Na última sexta-feira os conselheiros da entidade decidiram por 22 votos a 15 se posicionarem contrários à privatização. A OAB, no entanto, não vai aderir formalmente ao Fórum sob a alegação de que a decisão teria caráter político.
O coordenador do Fórum revelou que outras entidades como a Federação da Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e a Associação Comercial do Paraná (ACP), devem manifestar sua posição em breve. Pelas suas contas, o Fórum já computa a adesão de mais de 200 entidades, partidos políticos, instituições e câmaras municipais. "No dia 11 de junho, vamos realizar uma grande manifestação popular em Curitiba e que deve contar a participação de caravanas do interior do estado, para mostrar a indignação do povo paranaense com a intenção do governador Jaime Lerner vender a Copel", diz Friedrich. O Fórum pretende reunir cerca de 15 mil pessoas em Curitiba.