Política

Ex-superministro, Pimentel deixa o governo

10 fev 2014 às 09:45

Integrante do primeiro escalão do governo, à frente do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior há três anos, Fernando Pimentel vai deixar esta semana o cargo na Esplanada para iniciar sua campanha ao governo de Minas. Na sexta-feira, ele começa uma caravana pelo Estado, em evento com presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O desafio de Pimentel será dar suporte ao projeto de reeleição de Dilma Rousseff em Minas, um Estado onde um dos principais adversários da presidente na sucessão ao Planalto, o tucano Aécio Neves, tem amplo favoritismo. E com um fator complicador: Pimentel sempre manteve boas relações com Aécio.


Ex-prefeito de Belo Horizonte, o petista mineiro entrou no governo com status de "superministro". Àquela época, a aposta se justificava tanto pela amizade de longa data que tinha com Dilma quanto pelo papel de conselheiro político que desempenhou durante a campanha que a elegeu em 2010.


Responsável pelas políticas de estímulo às exportações de empresas brasileiras, Pimentel colecionou, porém, resultados no setor pouco animadores nesses últimos anos. O saldo comercial do País, por exemplo, saiu de US$ 29,5 bilhões, em 2011, para US$ 2,6 bilhões no ano passado. Neste ano, o País registra déficit comercial - algo inédito desde 2001, quando o presidente ainda era Fernando Henrique Cardoso (PSDB).


Além disso, a indústria de transformação, setor especialmente representado na estrutura federal pelo Ministério do Desenvolvimento, vem atravessando uma ressaca após os anos de forte crescimento, entre 2004 e 2010. A produção industrial aumentou 1,2% em 2013, mas a pequena elevação não recuperou a forte queda registrada em 2012, quando as fábricas reduziram em 2,5% a produção.


Com esse desempenho, Pimentel vive uma situação complicada para quem deseja se candidatar ao governo do segundo maior colégio eleitoral do País: não tem uma marca forte que possa mostrar ao eleitorado mineiro. Cenário diferente, por exemplo, do seu ex-colega de Esplanada Alexandre Padilha, que deve explorar o Mais Médicos como vitrine eleitoral em São Paulo.


Para contornar a situação, os estrategistas de sua campanha devem explorar mais os oito anos de sua passagem pela prefeitura de Belo Horizonte, entre 2001 e 2008 (tendo sido reeleito em 2004 em 1.º turno com 68% dos votos), do que os três anos em que esteve na linha de frente da política econômica do País. "Vamos explorar a imagem dele como prefeito", diz o presidente do PT-MG, deputado Odair Cunha.

Em contraposição, o presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, declara que uma das estratégias tucanas para a campanha em Minas é justamente a passagem de Pimentel por Brasília no atual governo. "A presença de Pimentel em Brasília não significou nenhum grande avanço para Minas. Claro que isso será lembrado por nós", disse.


Continue lendo