O senador Flávio Arns (RS) assinou nesta quinta-feira (1º) sua filiação e marcou seu retorno ao PSDB, partido que integrou durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Ele deixou o PT em agosto depois de críticas severas ao partido por ter recomendado o arquivamento dos processos contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
"Saí não por infidelidade minha ao partido, mas por uma falta de fidelidade do partido com seus ideais", disse. "Mas não saio com absoluta decepção", completou.
Ele afirmou não temer que o PT recorra ao Tribunal Superior Eleitoral para ter o mandato de volta alegando infidelidade partidária. "A questão será resolvida no TSE, mas não tenho preocupação com cargos e com processos."
Sobre as eleições de 2010, o parlamentar preferiu não aprofundar o assunto. "O objetivo [da mudança] é colaborar, participar. Para o que vou me candidatar, é num segundo momento, numa segunda etapa. Não estou brigando por cargos."
O senador ainda comparou o atual PSDB com aquele que fez parte no passado. "Neste momento, tenho certeza de que o PSDB amadureceu, tem uma perspectiva diferente", disse. Sobre os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, disse que conhece os ideais dos dois. "Tenho certeza que valorizam o diálogo."
Arns deixou o PT em agosto, depois de seu então partido ter orientado os senadores a arquivarem todas as representações a que José Sarney respondia no Conselho de Ética. No plenário, acusou o partido de "distanciamento e violação aos princípios e diretrizes que sempre nortearam seu ideal".