O ex-diretor de Participações da Sercomtel, Alysson Tobias de Carvalho, voltou a ser ouvido durante a tarde desta quarta-feira (15) pelo delegado Alan Flore, do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ele chegou à sede do Ministério Público (MP) por volta das 15h, prestou depoimento de pouco mais de 30 minutos e foi embora sem conversar com a imprensa.
Em entrevista à repórter Loriane Comelli, da Folha de Londrina, Alan Flore contou que Carvalho foi ouvido em inquérito que deve ser finalizado nas próximas semanas. O processo é um desmembramento do caso que culminou na prisão de diversos aliados do prefeito cassado Barbosa Neto (PDT), acusados de oferecer propina ao vereador Amauri Cardoso (PSDB), para que ele votasse contra a abertura da chamada Comissão Processante (CP) da Centronic. Foram presos, entre os meses de abril e maio, o ex-secretário municipal Marco Cito, o empresário Ludovico Bonato, o vereador Eloir Valença (PHS), Alysson de Carvalho e o ex-chefe de gabinete de Barbosa, Rogério Lopes Ortega, também ouvido pelo Gaeco nesta semana.
O inquérito a ser concluído envolve diversos pontos. Um deles está relacionado ao suposto recebimento de propina, por parte de diversos parlamentares, para a votação favorável de projetos polêmicos do Executivo, como o que perdoa uma dívida de R$ 70 milhões que a Unopar tem com o município e outro que, até então, pedia a manutenção da chamada 'Lei da Muralha' em Londrina.
Outro caso refere-se à denúncia feita pelo vereador Roberto Fu (PDT) no Gaeco em junho, sobre a suposta oferta de R$ 40 mil em propina feita a ele pelo empresário Anderson Fernandes, do depósito Sanderson, para que o pedetista não criasse dificuldades, à época, para o arquivamento do projeto que pedia a derrubada da Muralha.
É analisada ainda, no mesmo inquérito, denúncia feita por um assessor do vereador Rony Alves (PTB) ao Gaeco logo após a prisão de Cito e Bonato. Ele alegou que foi procurado por um aliado de Barbosa, que teria oferecido propina para que ele plantasse envelopes com dinheiro no gabinete de vereadores da oposição.
Alan Flore afirmou que pretende concluir o inquérito extenso o quanto antes, mas evitou estipular uma data específica. Ele adiantou, ainda, que deve ouvir mais pessoas até o final dos trabalhos.