A aprovação do PL (projeto de lei) que garantiu a recomposição salarial de 3,82% para parlamentares e servidores da CML (Câmara Municipal de Londrina) repercutiu perante a sociedade civil organizada de Londrina. Com a medida, o salário dos vereadores deve passar dos atuais R$ 13,6 mil para R$ 14,1 mil já neste ano. Nesta quinta-feira (29), acontece a segunda votação do PL. Representantes das entidades consultadas pela reportagem da FOLHA concordaram com a recomposição de salários dos parlamentares, mas rejeitaram o aumento dos subsídios para a próxima legislatura.
A Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) vê com naturalidade a recomposição salarial baseada na inflação do ano passado medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). "Trata-se de uma atualização, e não um aumento real de salário", afirmou o presidente Angelo Pamplona, por meio de nota.
No entanto, a Acil se mostrou contrária à proposta de subsídio de R$ 15,6 mil para a próxima legislatura (2025-2028), que será discutida e votada na sessão desta quinta-feira.
A vereadora Mara Boca Aberta (sem partido) protocolou uma emenda para
reduzir o subsídio para cerca de R$ 10,4 mil. O texto precisa de
parecer da Comissão de Justiça antes de ser votado pelo plenário.
“A
Associação entende que o momento deve ser de precaução com o gasto
público, pois se o país não atingir as metas de contenção de despesas, a
inflação tende a piorar. Aumentar os próprios salários, alcançando um
patamar alto para uma cidade de custo de vida razoavelmente baixo, é
desnecessário para 2025", frisou Pamplona.
O Sinduscon (Sindicato
da Indústria da Construção Civil) Paraná Norte ressaltou em nota a
importância do diálogo em um projeto como este e ressaltou a necessidade
de bom senso por parte dos parlamentares.
"O diálogo é
fundamental no processo democrático, sendo essencial que qualquer
projeto seja discutido de forma extenuada, levando em conta as
perspectivas de diferentes atores sociais e da própria população. Neste
contexto, o Sinduscon expressa a expectativa de que os parlamentares –
assim como em diversos outros momentos – atuem com bom senso e
imparcialidade, visando sempre o melhor para a cidade de Londrina."
“O
presidente do país colocou para todo CLT a reposição de 6%; o governo
do Estado colocou 7%. E a nossa reposição está sendo 3,82%. Eu acho que é
justo”, defendeu o presidente da Câmara, Emanoel Gomes (Republicanos)
na sessão de terça-feira.