Política

Empresário vai ter de explicar uso de avião por ministro

24 set 2012 às 20:45

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu hoje (24) ampliar a investigação sobre a conduta do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, no uso de um avião fretado pelo empresário João Dória Júnior, para participar de encontro empresarial na Itália, em outubro do ano passado.

O presidente interino da comissão, Américo Lacombe, que assumiu hoje após a renúncia de Sepúlveda Pertence, disse que vai pedir explicações a João Dória, que cedeu o jatinho para que Pimentel chegasse ao encontro de empresários em Roma.


"Convertemos em diligência, pedimos um ofício para esclarecer alguns pontos sobre a reunião na Itália: como foi, quem participou. Quero saber quem esteve presente naquele congresso em Roma, saber se eram empresas brasileiras, empresas italianas, se tinham algum interesse no Brasil, algum interesse nas decisões dele [do ministro]", adiantou Lacombe.


O empresário não tem obrigação legal de responder os questionamentos da comissão, mas Lacombe acredita na colaboração dele com o processo. Pimentel usou o avião fretado por João Dória para ir da Bulgária, onde estava em viagem oficial com a presidenta Dilma Rousseff, a Roma, para participar de um evento organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), presidido pelo empresário.


Além do caso do uso do avião, Pimentel também é investigado pela Comissão de Ética pela prestação de consultorias em 2009 e 2010. O relator do caso, conselheiro Fábio Coutinho, já havia recomendado a aplicação da pena de advertência ao ministro, mas a maioria do colegiado decidiu aprofundar as investigações. Como o mandato de Coutinho venceu e ele não foi reconduzido, o caso agora tem novo relator, o conselheiro Mauro de Azevedo Menezes, que tomou posse nesta segunda-feira. Segundo Lacombe, a redistribuição do caso não deve alterar a investigação.

A próxima reunião da comissão está marcada para o dia 22 de outubro. Lacombe deve continuar na presidência interina do colegiado até que o grupo esteja completo novamente, com sete conselheiros. Para isso, Dilma terá que indicar três novos membros.


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