A presidenta Dilma Rousseff chegou as 9h48 ao Palácio do Planalto, onde vai ser notificada, pelo primeiro-secretário do Senado, senador Vicentinho Alves (PR-TO), de seu afastamento por até 180 dias, enquanto o processo de impeachment será conduzido no Senado.
Por volta das 9h40 parlamentares da base aliada começavam a chegar ao Palácio, em apoio à presidenta. A deputado Maria do Rosário (PT-RS) disse que o governo do Michel Temer é ilegitimo e que o PT fará oposição ao governo do vice-presidente.
Cerimônia
Dilma deixará o Planalto com um ato político para denunciar o que considera um golpe contra seu governo. Haverá uma cerimônia no gabinete presidencial, no terceiro andar do prédio, onde Dilma receberá o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros, autoridades e personalidades aliadas para assinar a notificação.
Em seguida, Dilma sairá do Palácio do Planalto pela porta principal do prédio, no térreo, sem usar a rampa. Ela estará acompanhada de ex-ministros e parlamentares da base aliada.
Antes de deixar seu local de trabalho, Dilma fará uma declaração à imprensa e um vídeo gravado pela presidenta será divulgado nas redes sociais da Presidência da República.
Fora do edifício, a presidenta fará um discurso em que se dirá vítima e injustiçada, como tem feito nas últimas semanas. Neste momento, Dilma poderá se aproximar das grades que cercam o prédio para ser acolhida e abraçada pelos manifestantes que forem ao local prestar apoio a ela.
Após os atos, a presidenta seguirá, de carro, até o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, a poucos quilômetros do Planalto, onde vai permanecer durante os 180 dias em que deve ficar afastada.
Senado
O Senado aprovou, por 55 votos a favor e 22 contra, a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Com isso, o processo será aberto no Senado e Dilma será afastada do cargo por até 180 dias, a partir da notificação. Os senadores votaram no painel eletrônico. Não houve abstenções. Estavam presentes 78 parlamentares, mas 77 votaram, já que o presidente da Casa, Renan Calheiros, se absteve.
Do lado de fora do Palácio, em frente à rampa, representantes de movimentos sociais favoráveis à Dilma aguardam sua saída com bandeiras e cartazes de apoio e solidariedade.