O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fez um balanço das conversas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve hoje ao longo do dia com os ministros que deixarão o governo por conta das eleições e disse que, ao todo, dez ministros estão saindo. A conta exclui o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que ainda não tomou uma decisão. Padilha informou que a nova conversa de Lula com Meirelles só deve ocorrer amanhã, depois da posse dos novos ministros, marcada para as 11 horas.
Questionado se haveria algum incômodo por parte do presidente Lula diante da indefinição de Meirelles, Padilha disse que não, porque o presidente deixa os ministros completamente à vontade na questão de disputa de cargos políticos. "O ministro que chega indeciso para conversar com o presidente, em geral, acaba ficando porque o presidente o convence", disse.
Padilha lembrou ainda que o ministro das Comunicações, Hélio Costa, vai conversar com o presidente amanhã às 9h, mas que ele já anunciou sua saída. Na conversa com Lula, destacou Padilha, deve ser definido o sucessor de Costa.
O ministro disse que a grande maioria, sete ministros, serão substituídos por secretários-executivos. Uma das exceções é o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que será substituído pelo presidente da Conab, Wagner Rossi. Segundo Padilha, o nome de Rossi foi o único apresentado por Stephanes e Lula avaliou como o nome mais adequado. De acordo com ele, o nome de Rossi teve o apoio não só de Stephanes, como da bancada do PMDB, inclusive do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP).
Outra exceção é no ministério do Desenvolvimento Social, onde Patrus Ananias será substituído pela ex-secretária-executiva Márcia Lopes. Padilha explicou que Márcia havia saído do ministério para uma atividade acadêmica e está retornando e a atual secretária-executiva, Arlete Sampaio, disputará as eleições para deputada distrital em Brasília.
Padilha ressaltou que a troca no comando dos ministérios não significa mudança política. "A tendência do presidente é manter a composição política do governo e optar por pessoas que estivessem no quadro do governo ou que estivessem sendo indicadas pelos ministros", declarou Padilha.
Questionado se a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, será a estrela da festa de amanhã, Padilha disse que os ministros que assumem os cargos é que são as estrelas. "Os que saem vão brilhar em outros lugares. Na festa de amanhã, quem brilha são os ministros que assumem", disse. Apesar disso, Dilma é quem fará o discurso em nome de todos os ministros que saem. A previsão é de que, além de Dilma, apenas o presidente Lula faça uso da palavra na cerimônia de amanhã.