O Ministério Público do Paraná apresentou hoje nova denúncia sobre suposto esquema de desvio de dinheiro público da Assembleia Legislativa através da contratação de funcionários fantasmas. Esta é a segunda denúncia apresentada pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que afirmam ter comprovado o desvio de R$ 26 milhões desde 1994.
Segundo os promotores, o valor pode ser maior porque várias pessoas usavam a mesma matrícula ou recebiam em contas diferentes. Da denúncia apresentada constam 13 pessoas, algumas já citadas na ação anterior, que tinham como beneficiários parentes do funcionário João Leal de Mattos. Desta vez, os citados são parentes do corretor de imóveis e ex-funcionário da Diretoria Geral da Assembleia Daor Afonso Marins de Oliveira, que seria o responsável por distribuir o dinheiro entre as pessoas que cediam os nomes para constar da folha de pagamento. Ele é considerado foragido pela Justiça.
O esquema era facilitado porque a Assembleia Legislativa editava atos secretos, aos quais poucas pessoas tinham acesso. Neles eram registradas as nomeações e demissões sem divulgação pública das decisões.
O Ministério Público apontou 18 situações em que afirma estarem caracterizados os crimes de formação de quadrilha, peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Segundo o MP, as pessoas que cediam os nomes recebiam como "pagamento" entre R$ 600 e R$ 800 por mês. No entanto, alguns dos contratos de trabalho chegavam a até R$ 30 mil. Na ação também são citados os ex-diretores Abib Miguel (Geral), José Ary Nassiff (Administração), e Cláudio Marques da Silva (Pessoal), que já estavam na anterior. Os três estão presos.