Bandeira das centrais sindicais e ponto de destaque na celebração de 1º de Maio, a votação do projeto que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais não entrará na pauta do plenário da Câmara tão cedo. Em reunião com representantes das centrais sindicais, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que esse assunto poderá ser discutido no segundo semestre. Representantes das centrais entregaram a Maia, nesta manhã, a pauta trabalhista para o Congresso, que inclui também o fim do fator previdenciário no cálculo do valor das aposentadorias e a regulamentação do trabalho terceirizado.
"Eu recebi a pauta e vamos dialogar também com o setor sindical e, quem sabe, no segundo semestre nós possamos avançar em ações destinadas a melhorar a qualidade do trabalho no Brasil", disse Maia, após o encontro. O presidente da Câmara não se comprometeu também com a votação da proposta de redução da jornada de trabalho, pronta para ser votada no plenário da Casa.
"Eu explicitei a dificuldade que tem de votação dessa matéria. Não é uma matéria simples. Isso precisa ser dialogado com o setor empresarial e é preciso que sejam feitos ajustes. Há um longo caminho a ser perseguido no sentido de estabelecer os consensos e acordos necessários para a votação desta matéria", disse Maia. "Qualquer um estaria mentindo se dissesse que é simples colocar em votação na Câmara um projeto que reduz a jornada de trabalho", completou.
O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que os trabalhadores vão intensificar a pressão no Congresso pela aprovação da redução da jornada de trabalho. "Sabemos que não é fácil. Reduzir a jornada de trabalho é uma luta de classes", disse o deputado e líder sindicalista.