Política

Deputada chama Bolsa Família de "populismo puro"

15 dez 2015 às 08:08

A deputada estadual Maria Victoria (PP) defendeu nesta segunda-feira (14), em sua coluna publicada no Blog do Esmael, a proposta de cortar R$ 10 bilhões do programa Bolsa Família, apresentada pelo seu pai, Ricardo Barros (PP), que apesar de aliado ao governador Beto Richa (PSDB) é vice-líder do governo Dilma Rousseff (PT) na Câmara.

"É triste ver o Governo Federal dando o peixe, ao invés de ensinar a pescar, ainda mais para mim, totalmente favorável ao investimento em educação a longo prazo no Brasil, acreditando ser a única salvação para o futuro de uma geração mais preparada e digna de ser brasileira", escreveu. A parlamentar também chamou a iniciativa, criada em 2003 para atender famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, de "assistencialista" e "populismo puro".


Aos 23 anos, Maria Victoria cumpre seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa (AL) e é pré-candidata a prefeita de Curitiba. Também filha da vice-governadora Cida Borghuetti (Pros), ela diz ser empresária. Conforme sua biografia publicada no site da AL, estudou por cinco anos na Suíça, onde se formou, trabalhou na China e realizou projetos humanitários na África.


Repercussão


A primeira-dama de Curitiba, Márcia Fruet, que é presidente da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), usou suas redes sociais para rebater as declarações da jovem. "Escrevi um textão, na esperança de que essa moça pudesse entender a importância da complementação condicionada de renda, da permanência das crianças na escola, da possibilidade de acesso aos programas de profissionalização, como o Pronatec, da dignidade de escolher o que comer e não aceitar, sem opção, uma cesta básica. Mas, depois deste texto raso, sem conteúdo, sem argumento, recheado de lugares-comuns, estou convencida de que seriam palavras jogadas ao vento. Ou seja: a indignação venceu minha esperança!" Marcia termina sua postagem citando o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica. "Dizem que temos que ensinar a pescar, não dar o peixe. Mas, quando já lhes tiraram o anzol, o barco, a vara, é preciso, sim, dar o peixe."

Sem citar Maria Victoria, o líder da oposição na AL, Tadeu Veneri, também defendeu os investimentos. "Corta-se R$ 10 bilhões do Bolsa Família. Mas quanto se corta do Bolsa Empresário"? Talvez, com alguma razão, o setor empresarial reclama da carga tributária. Talvez, a carga fosse menor se todos pagassem seus impostos. Se alguns governos, como o do Paraná, não fossem tão vorazes e não gastassem tão mal. Porque os empresários reclamam do governo federal, mas será que esqueceram que, aqui no nosso Estado, o governo aumentou o ICMS de 95 mil itens, reajustou em 40% o IPVA e apropriou-se de recursos de fundos específicos?", questionou. Maria Victoria não ouviu o discurso, uma vez que chegou às 17h05 ao plenário, pouco antes do início da votação. A sessão ordinária começou às 14h30.


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